sexta-feira, 8 de novembro de 2024

MPPE E O NEPOTISMO EM GRAVATÁ

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) determinou ao prefeito de Gravatá, Padre Joselito Gomes (PSB), que exonere sua esposa, Viviane Facundes, do cargo de secretária de Obras e Serviços Públicos. A orientação, emitida pela 1ª Promotoria de Justiça de Gravatá, levanta questões de nepotismo e argumenta que Viviane não possui a qualificação técnica necessária para exercer a função, o que contraria princípios de impessoalidade e moralidade administrativa.

Conforme a recomendação, a presença de Viviane Facundes em um posto estratégico da administração municipal infringe normas de combate ao nepotismo, especialmente ao levar em consideração que a ocupante do cargo não demonstra os conhecimentos técnicos indispensáveis para as atribuições da pasta. Nesse contexto, o MPPE determinou que Viviane seja imediatamente exonerada e que não ocupe qualquer outro cargo público que exija capacitação técnica, caso a qualificação exigida não seja comprovada. A prefeitura foi notificada e recebeu um prazo de dez dias para responder oficialmente sobre a adoção das medidas recomendadas, sob risco de sofrer ações judiciais em caso de descumprimento.

A recomendação do MPPE gerou forte repercussão em Gravatá, intensificada por um contexto de investigações mais amplas sobre a gestão do prefeito Joselito Gomes. A administração municipal enfrenta ainda críticas e pressões após o episódio envolvendo o blogueiro Marivan Melo, conhecido por sua postura crítica e por denúncias de irregularidades na gestão. Em um episódio recente, Marivan Melo alegou ter sido vítima de agressão, supostamente por parte de agentes ligados ao governo local, após denunciar publicamente a situação de nepotismo envolvendo a nomeação de Viviane Facundes. O caso gerou ampla discussão nas redes sociais e entre moradores de Gravatá, aumentando a pressão popular sobre o prefeito.

Sebastião Oliveira, presidente estadual do partido Avante e aliado político de Joselito Gomes, defendeu a esposa do prefeito e classificou as acusações como “perseguição política”, argumentando que críticas à gestão estariam sendo manipuladas com objetivos políticos e eleitorais. Oliveira enfatizou que, no atual contexto político de Gravatá, críticas à gestão municipal são amplamente difundidas, enquanto projetos e avanços liderados por Padre Joselito têm recebido menos atenção, o que, segundo ele, prejudica a imagem da administração. Em contrapartida, os críticos do governo municipal afirmam que o caso de Viviane Facundes exemplifica o que consideram ser a persistência de práticas políticas inadequadas, reforçando o apelo por uma fiscalização mais rigorosa.

Nos bastidores, a situação causa inquietação na base aliada de Joselito Gomes, que teme uma escalada de investigações e ações do MPPE contra a administração municipal. Analistas locais avaliam que o caso representa um desafio significativo para a imagem do prefeito, pois coloca em pauta a transparência e o compromisso de sua gestão com o cumprimento das normas legais. Por enquanto, a equipe do prefeito ainda não se pronunciou sobre a recomendação do MPPE, o que mantém um clima de incerteza em Gravatá.

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