A longa jornada da Transnordestina, que acumula investimentos de R$ 7,5 bilhões até o momento, exige ainda R$ 7 bilhões para sua conclusão, com uma importante parcela de R$ 2 bilhões em recursos próprios da TLSA. Além disso, outros R$ 1,5 bilhão serão buscados junto a diferentes fontes. A estimativa é que o FDNE contribua com R$ 1 bilhão por ano entre 2024 e 2026, além de um aporte final de R$ 600 milhões em 2027. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, expressou a expectativa de ver a ferrovia funcionando, impulsionando o transporte ferroviário e integrando as produções regionais aos portos do Pecém e de Suape, ao mesmo tempo em que cria novas oportunidades de emprego e renda para o Nordeste.
Ao detalhar os desafios e o escopo da obra, a TLSA apresentou um planejamento onde o cronograma de construção se estenderá até 2028, porém com trechos prontos para operação no ano anterior. Em destaque estão os trechos entre Missão Velha e Pecém, no Ceará, e de Eliseu Martins até Trindade, no Piauí, que receberão melhorias de infraestrutura e superestrutura. A ferrovia é projetada para o transporte de produtos estratégicos como minérios, fertilizantes, grãos e combustíveis, com o objetivo de reduzir custos logísticos e dinamizar a economia regional, afirma o diretor de Fundos e Incentivos da Sudene, Heitor Freire. A Transnordestina, incluída no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cobre mais de 1.200 quilômetros e beneficia diretamente 53 municípios ao longo de seu trajeto, empregando cerca de 10 mil trabalhadores.
Entretanto, um dos trechos planejados, que ligaria Salgueiro ao Porto de Suape, foi excluído da concessão da TLSA em dezembro de 2022. Esse segmento pernambucano, estimado em R$ 4 bilhões, agora faz parte de uma iniciativa independente, com coordenação da Infra S.A., uma empresa pública sob o Ministério dos Transportes. Em setembro deste ano, a Infra S.A. assinou um contrato de R$ 15,2 milhões com o Consórcio Estratégica – Prosul para o desenvolvimento do projeto básico e executivo dessa parte do empreendimento. Dessa forma, o trecho de Suape busca seguir uma rota paralela de desenvolvimento, que ainda integra os planos do Novo PAC.
A obra da Transnordestina é vista como um divisor de águas para a logística no Brasil, especialmente para o Nordeste. É considerada não apenas uma infraestrutura de transporte, mas uma plataforma de transformação econômica, capaz de atrair investimentos e criar uma nova dinâmica para a exportação de produtos do interior do país. Com este novo acordo de financiamento, espera-se que a ferrovia cumpra sua promessa de integração regional e de expansão da capacidade produtiva do Nordeste, especialmente ao possibilitar o escoamento eficiente e em larga escala de produtos estratégicos, conectando-os diretamente aos portos. É uma visão que visa não apenas o futuro da ferrovia, mas o de uma economia cada vez mais robusta e independente, conectada às grandes cadeias logísticas globais e mais próxima das necessidades da sua população.
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