segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

AINDA SOBRE A CANETADA DO MAL NA SAÚDE DE ARCOVERDE

Arcoverde, no Sertão do Moxotó, enfrenta uma crise de saúde pública em meio à transição de governo que, segundo a oposição, reflete um cenário caótico. As unidades de saúde da cidade, que desempenham um papel crucial na assistência básica à população, estão com atendimentos suspensos, afetando diretamente aqueles que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) como único acesso à saúde. Cartazes afixados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) informam, com letras grandes e impessoais, que não haverá atendimento médico durante o mês de dezembro, deixando os cidadãos sem uma alternativa viável de cuidado. Em algumas unidades, como a UBS localizada na região central, a situação é ainda mais alarmante, pois a redução no atendimento se deve à demissão de profissionais, o que agrava ainda mais o cenário.

O Centro de Especialidades Santa Ramos e o Centro de Oftalmologia, serviços essenciais para o acompanhamento especializado da população, também suspenderam suas atividades, aumentando o isolamento da comunidade em relação ao atendimento médico necessário. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), fundamental para casos de urgência e emergência, também se encontra com suas portas fechadas, criando uma sensação de desamparo generalizado. A prefeitura, sob a gestão do prefeito Wellington Maciel (MDB), alegou que o fechamento e a suspensão dos serviços se dão por conta do processo de transição do governo, como uma justificativa para a interrupção de serviços básicos, um reflexo das dificuldades administrativas enfrentadas durante o período de troca de poder.

A alternativa apresentada pela gestão municipal é que os cidadãos busquem atendimento no Hospital Regional Dr. Ruy de Barros Correia, que, embora realize um serviço de urgência, não consegue dar conta da demanda diária de atendimentos básicos e especializados, além de ser distante para muitos moradores, que dependem da rede municipal para cuidados regulares. Isso deixa a população em uma situação ainda mais vulnerável, sem opções acessíveis para resolver questões de saúde que vão de simples atendimentos até tratamentos contínuos.

A insatisfação da população cresce, e a justificativa de que os recursos do SUS continuam sendo repassados ao município, sem que a assistência seja efetivamente prestada, tem gerado uma série de protestos. Neste contexto, uma ação será protocolada junto ao Ministério Público, visando garantir que a cidade cumpra com suas responsabilidades, uma vez que o repasse de verbas federais continua ocorrendo, mas sem que a população veja os frutos desse investimento em forma de atendimento médico de qualidade.

Para muitas famílias de Arcoverde, o fechamento das UBSs representa um golpe profundo em uma das áreas mais vulneráveis de suas vidas. O atendimento básico de saúde é a porta de entrada para um sistema que deveria assegurar o bem-estar de todos, mas que se encontra, atualmente, paralisado por questões administrativas e políticas. A situação coloca em evidência como a saúde pública deixa de ser uma política preventiva, transformando-se em uma promessa não cumprida, que tem o potencial de custar vidas, principalmente entre aqueles que não têm condições financeiras de buscar alternativas no setor privado.

À medida que o novo prefeito eleito, Zeca Cavalcanti (PODE), se prepara para assumir o cargo em 2025, a responsabilidade de restabelecer a normalidade do sistema público de saúde municipal se torna uma prioridade. Com a pressão da população e a necessidade urgente de regularizar os serviços, a gestão futura terá de tomar medidas rápidas para reconquistar a confiança de um povo que, neste momento, se sente abandonado pela administração atual. Tá desse jeito!

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