terça-feira, 3 de dezembro de 2024

CANDIDATA EM PRIMAVERA TEVE 3 VOTOS E SE CONFIGURADA A FRAUDE DE GÊNERO E A LISTA DE DE ELEITOS PODE MUDAR DERRUBANDO OS VOTOS DO MDB

No pequeno município de Primavera, na Mata Sul de Pernambuco, um episódio controverso envolvendo o resultado das últimas eleições municipais ganhou destaque e acendeu debates sobre a lisura do processo eleitoral. Em meio à tranquilidade característica da região, a denúncia de uma possível fraude eleitoral começou a ocupar espaço nas rodas de conversa e nas redes sociais. A questão, levada à Justiça Eleitoral, pode alterar significativamente o cenário político local, com implicações diretas na composição da Câmara de Vereadores.

A história gira em torno de Maria José do Espírito Santo da Silva, ou como é mais conhecida, Neguinha da Cachoeira, candidata pelo MDB que teria registrado apenas três votos nas urnas. Segundo a denúncia apresentada por José Leandro da Silva, o Leandro da Agricultura, suplente de vereador pelo PSDB, há indícios de que sua candidatura tenha sido meramente simbólica, uma estratégia para atender à exigência legal de cotas de gênero e, com isso, garantir a elegibilidade de outros candidatos do partido. A acusação, formalizada por meio da AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), aponta para a inexistência de atividades de campanha por parte de Neguinha, fortalecendo a tese de que se tratava de uma candidatura fictícia.

No cerne do processo, o advogado Heverton Lopes, responsável pela ação, sustenta que essa prática, caso comprovada, configura uma grave violação às normas eleitorais. A legislação brasileira estabelece que cada chapa deve ter no mínimo 30% de candidaturas femininas, buscando incentivar a participação das mulheres na política e equilibrar um cenário historicamente desigual. Contudo, em situações como essa, em que candidaturas são usadas como subterfúgio, o objetivo maior da lei acaba sendo desvirtuado. 

A ação judicial não só mira a candidatura questionada, mas também coloca em xeque os benefícios obtidos pelo partido, que conseguiu eleger um vereador. Entre os pedidos, está a suspensão imediata da diplomação dos envolvidos até que a Justiça Eleitoral se pronuncie de forma definitiva. Para a população de Primavera, essa é uma questão que vai além dos números ou das disputas partidárias. Trata-se de confiança no sistema eleitoral e na garantia de que as regras sejam cumpridas por todos, sem exceções.

O desfecho desse caso promete trazer repercussões que podem transcender os limites de Primavera, servindo como alerta para outros municípios e partidos que, por ventura, possam se valer de artifícios semelhantes. Enquanto a Justiça analisa os fatos, o clima na cidade é de expectativa, com a sociedade dividida entre a defesa do processo eleitoral e a esperança de que decisões sejam tomadas com base em provas concretas. No centro disso tudo, as urnas, que por definição deveriam expressar a vontade do povo, agora carregam a sombra de uma possível manipulação que ameaça comprometer a integridade do pleito. 

Nenhum comentário: