Na manhã ensolarada do último domingo, o coração de Araripina pulsava com uma mistura de nostalgia e celebração. O prefeito Raimundo Pimentel, ao longo de oito anos à frente do município, escolheu um gesto simbólico para encerrar sua trajetória como gestor: a entrega da reformada Praça Frei Ibiapina. O espaço, que ao longo das décadas se consolidou como um dos principais pontos de encontro e convívio dos moradores, ressurge agora com uma nova identidade, carregada de significados e promessas para o futuro.
Com uma arquitetura revitalizada e um projeto que respeita o passado enquanto mira o amanhã, a praça ganhou não apenas um novo visual, mas também uma concha acústica. Mais do que uma estrutura física, a concha é um convite à arte, à cultura e ao fortalecimento da memória coletiva. O nome que batiza o espaço, Manoel Neto, ecoa a história de um araripinense que, em vida, se dedicou a transformar e enriquecer sua comunidade. A escolha não foi um acaso, mas uma decisão que reflete o respeito pelo legado de Neto e sua contribuição para a identidade cultural da cidade.
A cerimônia de inauguração, marcada por discursos emocionados e uma atmosfera de gratidão, reuniu moradores de todas as idades, lideranças comunitárias e autoridades locais. Era impossível não perceber o brilho nos olhos daqueles que cresceram à sombra das árvores da praça ou que ali encontraram um espaço de diálogo e convivência ao longo dos anos. Para muitos, o momento transcendeu a entrega de uma obra; era a celebração de um ciclo, uma despedida e, ao mesmo tempo, o início de uma nova fase para Araripina.
Raimundo Pimentel, ao tomar o microfone, parecia compartilhar das mesmas emoções. Com palavras pausadas e carregadas de significado, reforçou seu compromisso com a transformação de espaços públicos em instrumentos de promoção do bem-estar e da cultura. Entre os aplausos, destacou que o projeto da praça e da concha acústica não era apenas uma realização de sua gestão, mas uma entrega à população que confiou nele ao longo dos anos. E, no entanto, havia ali uma energia que ia além da política: um reconhecimento mútuo entre gestor e povo, cada um consciente do papel que desempenhou na construção daquele momento.
À medida que a manhã avançava, os acordes da Banda Maestro Álvaro Campos preenchiam o ar, resgatando memórias e criando novas. Para muitos presentes, foi uma recordação viva de que a cultura é o fio que conecta gerações e que os espaços públicos, quando bem cuidados, podem ser catalisadores de encontros e sonhos. Naquele domingo, a Praça Frei Ibiapina não era apenas um lugar renovado; era o símbolo de uma cidade que carrega em sua essência a força de sua gente e a vontade de continuar crescendo.
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