Equipes da corporação apreenderam cerca de 30 toneladas de creatina no início deste mês, em endereços ligados ao casal. Ambos são donos do Grupo Soldiers, e a empresa é suspeita de modificar o produto. A polícia investiga crimes de falsidade ideológica e contra as relações de consumo.
As apurações da polícia paulista revelaram que o casal de empresários modificava os produtos e os vendia em sites. A operação, além de apreender os itens, resultou no fechamento de um centro de distribuição dos produtos na zona leste de São Paulo, bem como de uma unidade de manipulação e envase de creatina em Jundiaí (SP), nesta semana.
Os dois locais acabaram fechados por falta de licenças adequadas para funcionamento. A Soldiers, que tem faturamento estimado em R$ 250 milhões, informou que os endereços são de terceiros não têm participação societária ou ingerência da empresa.
Sem licença
O endereço na zona leste da capital paulista era um galpão destinado ao depósito de móveis, mas usado para estocar alimentos. O segundo local, em Jundiaí, a 49 km da cidade de São Paulo, não tinha licença sanitária para a fabricação dos suplementos e não tinha o nome nos rótulos da marca, o que é exigência legal.
Com mais de 120 mil seguidores no Instagram, a Soldiers se defendeu por meio de nota, na qual informou que a investigação ocorreu “sem justificativa plausível”. Ainda segundo o comunicado, a companhia se comprometeu a manter padrões de qualidade “que vão além do exigido por lei” e alegou que os locais investigados eram de prestadores de serviço.
Em setembro, durante fiscalização em um estande da marca em um shopping de São Paulo, a polícia encontrou inconsistências nos dados e recibos dos produtos. Conversas achadas nos dispositivos apreendidos tinham, inclusive, reclamações de clientes sobre a presença de larvas, fios de cabelo e contaminantes nos produtos.
O outro lado
Em nota, a Soldiers Nutrition reafirmou compromisso com a “transparência, ética e qualidade dos produtos”. “As alegações veiculadas contém informações incorretas, que não refletem nossas práticas e valores. Cumprimos rigorosamente as normas legais”, apontou a companhia.
Ainda, a Soldiers Nutrition declarou que auditorias periódicas são realizadas com os produtos e são feitos testes de qualidade em laboratórios de referência. “Estamos adotando todas as medidas necessárias para esclarecer os fatos e seguimos firmes em nossa missão de promover saúde e bem-estar com segurança e confiança”, afirmou a empresa.
Segundo a companhia, os dois endereços interditados pela Vigilância Sanitária e que constam no inquérito policial são de empresas de terceiros e sem participação societária ou ingerência da Soldiers. “São prestadores de serviços eventuais que sempre acreditamos na idoneidade. Diante do ocorrido, estamos tomando todas as providências cabíveis.”
A empresa ressaltou que sua fábrica foi vistoriada pela Vigilância Sanitária e continua operando normalmente. “Nenhum suplemento foi apreendido da fábrica da Soldiers”, apontou a companhia, acrescentando que os itens foram colocados à disposição das autoridades para serem periciados.
“A empresa não figura como ‘investigada, declarante, vítima ou parte’ no referido inquérito”, declarou a Soldiers Nutrition. “Estamos confiantes de que, com o esclarecimento dos fatos, ficará evidente a lisura de nossas práticas.”
De acordo com a Soldiers Nutrition, o inquérito não aborda “em nenhum momento” uma possível adulteração dos produtos.
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