quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

APESAR DAS CHUVAS, RESERVATÓRIOS E MANANCIAIS NÃO RECEBERAM ÁGUA, EXPLICA COMPESA

As chuvas que têm caído em diversas regiões do Estado têm gerado expectativas e esperanças entre a população, mas também evidenciam uma realidade preocupante em relação à segurança hídrica. O Governo de Pernambuco decretou estado de emergência em 118 municípios, destacando a gravidade da situação em áreas urbanas e rurais. Desse total, 92 municípios já haviam solicitado esse regime de emergência para a zona rural por meio de decretos municipais, mas agora 42 cidades enfrentam essa condição em suas zonas urbanas, numa decisão tomada pelo Governo Estadual.

De acordo com o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos, o decreto de emergência para as áreas urbanas não é apenas preventivo, mas responde a uma situação alarmante. Apesar das chuvas que têm sido registradas, os mananciais que abastecem essas cidades não receberam um volume significativo de água. Isso se reflete diretamente na capacidade dos reservatórios em garantir o abastecimento das populações. Campos exemplificou com o caso de Jucazinho, reservatório que desempenha um papel vital para Caruaru e vários outros municípios do Agreste, mas que segue com níveis insuficientes para atender à demanda crescente da região.

A situação dos mananciais evidencia um paradoxo: enquanto as chuvas são intensas em várias localidades, os reservatórios continuam enfrentando dificuldades para captar e armazenar água. Esse cenário não é isolado, mas reflete um problema estrutural que atinge o Agreste de maneira particular, uma região que historicamente lida com desafios relacionados à escassez hídrica. O reservatório de Jucazinho, que já foi uma das principais fontes de abastecimento do Agreste, tem enfrentado anos consecutivos de níveis críticos, e as chuvas recentes, embora pontuais, não foram suficientes para reverter essa realidade.

O decreto de emergência abrange as áreas urbanas desses 42 municípios, o que significa que as medidas adotadas pelo Governo terão foco em soluções imediatas para atender às demandas da população que reside nesses perímetros. No entanto, o impacto dessa decisão reflete diretamente no cotidiano das pessoas, que já enfrentam dificuldades relacionadas ao racionamento de água e à dependência de sistemas alternativos de abastecimento, como carros-pipa e poços artesianos. 

Enquanto isso, os 92 municípios que permanecem em emergência na zona rural enfrentam desafios igualmente complexos. Muitas dessas localidades dependem exclusivamente de pequenos açudes e barragens comunitárias, que também não conseguiram armazenar volumes significativos de água durante as últimas chuvas. Para essas regiões, a convivência com a seca é uma realidade antiga, mas as medidas emergenciais precisam ser reforçadas para minimizar os impactos sociais e econômicos.

A decisão de decretar emergência, segundo Alex Campos, também busca dar agilidade às ações do Governo para mitigar os efeitos da escassez. Isso inclui a ampliação de programas de distribuição de água e o fortalecimento de iniciativas voltadas à gestão de recursos hídricos. No entanto, mesmo com os esforços do Estado e das administrações municipais, a dependência das condições climáticas continua sendo um fator determinante, e as previsões meteorológicas apontam que, embora as chuvas estejam presentes em algumas regiões, elas ainda não são suficientes para garantir a recuperação plena dos reservatórios.

A situação de Jucazinho é emblemática, mas não única. Outros reservatórios enfrentam condições semelhantes, ampliando a preocupação em relação à sustentabilidade do abastecimento de água em médio e longo prazo. Enquanto o Estado se organiza para enfrentar essa emergência, a população lida diariamente com os desafios de garantir o acesso a um recurso essencial que, mesmo com as chuvas, ainda é limitado.

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