Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, expôs seu descontentamento ao comentar sobre as limitações impostas pelo Supremo Tribunal Federal que o impedem de deixar o país. Em entrevista concedida ao AuriVerde, Bolsonaro declarou que poderia fugir do Brasil, caso quisesse, reafirmando sua indignação com a decisão que confiscou seu passaporte internacional em meio às investigações que envolvem sua tentativa de golpe de Estado. Desde 2024, o ex-presidente enfrenta restrições de deslocamento determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, medida que o impediu de comparecer à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Durante a entrevista, Bolsonaro classificou a retenção de seu passaporte como uma decisão injusta e afirmou que não há impedimento legal que o impeça de deixar o território nacional, caso deseje. “Eu não sou réu. Eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, declarou, questionando a legalidade e a motivação da medida. Segundo o ex-presidente, a decisão do Supremo foi movida por interesses políticos e simbolizou, para ele, uma tentativa de cerceamento à sua liberdade de locomoção.
O episódio que culminou na restrição ao passaporte de Bolsonaro está inserido em um contexto de acusações e investigações envolvendo a tentativa de subverter o sistema democrático brasileiro. As suspeitas recaem sobre sua atuação em articulações que teriam o objetivo de comprometer a estabilidade institucional do país. A retenção do documento, na visão do Supremo, é justificada pela gravidade dos fatos apurados e pela necessidade de garantir a continuidade das investigações sem o risco de obstrução ou fuga.
Bolsonaro demonstrou grande frustração por não ter podido participar de um evento que ele considera de extrema importância em seu alinhamento político-ideológico internacional. A posse de Donald Trump, figura com quem o ex-presidente brasileiro sempre cultivou afinidade, foi descrita por ele como uma oportunidade perdida de reafirmar laços e estreitar conexões que, em seu entendimento, representariam um contrapeso à atual política externa do Brasil.
Sem passaporte e sob vigilância jurídica, Bolsonaro busca defender sua posição, reiterando que não há fundamentos que justifiquem o impedimento de sua livre circulação. As declarações de que “poderia fugir agora” reverberam como um eco de resistência e desafio à ordem imposta, enquanto o desenrolar das investigações segue em curso e mantém o futuro político e pessoal do ex-presidente envolto em incertezas.
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