sábado, 11 de janeiro de 2025

EX-PREFEITO DE ARCOVERDE WELLINGTON MACIEL REBATE ZECA, PREFEITO ATUAL E DIZ QUE DEIXOU MAIS DE R$ 30 MILHÕES EM CAIXA

A recente divergência sobre a situação financeira da Prefeitura de Arcoverde gerou uma troca de acusações e relatórios entre as gestões anteriores e a atual. O prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos) havia informado, durante uma coletiva realizada em 8 de janeiro, que o município enfrentava um déficit superior a R$ 18 milhões, uma cifra que gerou preocupação na população e nas autoridades locais. O valor específico apresentado pelo prefeito atual foi de R$ 18.642.471,64, o que chamou a atenção pela magnitude do valor e pelo impacto negativo nas contas da prefeitura.

No entanto, um relatório divulgado pela equipe de gestão de Wellington Maciel, ex-prefeito da cidade, oferece uma versão completamente diferente da realidade financeira apresentada por Zeca. De acordo com a equipe econômica da gestão anterior, o saldo de caixa da prefeitura, no último dia de dezembro, era de R$ 30.800.000,00, o que implica que, ao contrário de um déficit, havia um considerável saldo credor deixado para a nova administração.

Esse montante, segundo o relatório detalhado, estava distribuído entre diversas áreas da administração pública, incluindo a própria prefeitura e fundos municipais destinados a áreas como assistência social, saúde e educação. O fundo de assistência social, por exemplo, registrava um saldo de R$ 3.967.278,10, enquanto o fundo da saúde apresentava R$ 1.151.435,88, e o fundo da educação possuía R$ 18.403.054,05. Além disso, outras entidades municipais como a AESA (Agência de Empreendedorismo de Arcoverde) e a ARCOTTRANS (Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte) também apresentavam saldos positivos.
O relatório da gestão de Wellington também admite a existência de débitos a serem quitados, que somam um valor de R$ 12.990.792,62, um valor consideravelmente inferior ao mencionado por Zeca Cavalcanti, que havia apontado quase R$ 19 milhões em dívidas. O ex-prefeito, ao fazer essa avaliação, esclareceu que os débitos estavam relacionados a restos a pagar de diferentes áreas da administração, incluindo valores devidos pela própria prefeitura e pelos fundos de saúde, educação e assistência social, entre outros.

O relatório fornecido pela gestão Wellington destaca que, ao subtrair os restos a pagar do saldo de caixa disponível, o município teria um saldo de mais de R$ 17,8 milhões. A equipe econômica da gestão anterior ressaltou, ainda, que esses números foram cuidadosamente verificados e que possuem a devida comprovação. “Este relatório tem como objetivo esclarecer os questionamentos levantados sobre a situação financeira da Prefeitura Municipal de Arcoverde, apresentando de forma transparente os saldos bancários apurados em 31 de dezembro de 2024”, afirmou o documento.

O ex-prefeito Wellington Maciel, em suas declarações, busca desmentir as acusações de uma gestão falida, reafirmando que o saldo de caixa não só era positivo, como também representava uma boa gestão dos recursos públicos. Rejane Maciel, ex-primeira-dama e figura importante no processo, também se manifestou, destacando a importância da transparência nas informações financeiras e reafirmando que os números apresentados pelo governo anterior eram verdadeiros. “A verdade dos números não mente”, afirmou ela, ao tentar tranquilizar a população sobre as acusações do atual governo.

Em um contraponto, Rejane respondeu a uma professora que questionava a gestão anterior sobre a falta de pagamento aos aposentados. A ex-primeira-dama explicou que os aposentados sempre haviam recebido seus pagamentos no quinto dia útil de cada mês, mas que o montante destinado ao pagamento dos aposentados em dezembro não foi pago diretamente, já que os valores ficaram para a nova gestão após a troca das senhas bancárias no final do ano.

A situação, que gerou uma série de debates e reações nas redes sociais e entre a população, mostra um cenário de tensão política em Arcoverde. De um lado, a gestão de Zeca Cavalcanti apresenta um cenário de dificuldades financeiras, enquanto a gestão de Wellington Maciel contesta esses números e alega que o município deixou, ao contrário, um saldo positivo e recursos disponíveis para continuidade dos serviços públicos.

Porém, a disputa sobre os números e a interpretação das finanças municipais vão além de simples desentendimentos. Ela reflete, também, as diferentes visões sobre o legado de cada gestão e as estratégias para lidar com as finanças públicas em momentos de crise. Enquanto a gestão anterior se posiciona como responsável por deixar um bom saldo de caixa, a atual administração aponta para a necessidade de ajustes financeiros urgentes, a fim de manter os serviços essenciais à população de Arcoverde.
Este embate sobre os números não é apenas uma discussão técnica sobre as finanças municipais, mas um reflexo das divergências políticas que marcam o cenário local. A população de Arcoverde, diante das versões conflitantes apresentadas por ambos os lados, continua a buscar respostas claras sobre a verdadeira situação financeira da cidade, esperando, sobretudo, que a transparência e o compromisso com o bem-estar coletivo prevaleçam em qualquer uma das gestões.

Em meio a esses debates, fica a certeza de que, para a administração pública, o controle dos recursos e a correta aplicação dos mesmos são pontos essenciais para a manutenção de uma gestão eficiente e voltada para as necessidades da população. Ao longo dos próximos meses, será necessário observar como cada administração irá lidar com os desafios financeiros e, mais importante ainda, como a verdade dos números será finalmente apresentada e compreendida pela sociedade de Arcoverde.

Informações do Blog Nill Júnior 

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