quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

JOÃO MUDA DE IDÉIA, E AGORA DEFENDE PAULO CÂMARA

Os encontros entre líderes políticos sempre reservam nuances que vão além dos gestos formais e das conversas institucionais. No recente encontro entre o presidente Lula e o prefeito do Recife, João Campos, um dos temas que surgiram na pauta foi a participação do PSB na gestão federal. Mais do que um pleito pelo partido, a defesa de João teria passado diretamente pelo nome de Paulo Câmara, atual presidente do Banco do Nordeste, para um possível espaço ministerial. O tema foi ventilado nos bastidores e trouxe de volta uma discussão que parecia ter sido superada dentro do próprio partido.  

O ex-governador de Pernambuco sempre foi visto como um quadro natural do PSB para compor o governo Lula desde o início de 2023. Com a chegada do novo governo, a expectativa era de que Paulo Câmara pudesse ocupar um ministério, dado o histórico de parceria entre o partido e o presidente. Mas os desdobramentos políticos da época levaram o PSB a indicar outros nomes e o ex-governador acabou se distanciando da legenda. Sua nomeação para o comando do Banco do Nordeste teve influência direta do senador Humberto Costa, uma liderança do PT no estado. O mesmo aconteceu com Danilo Cabral, que assumiu a Sudene. O prefeito João Campos, à época, teria optado por outro caminho dentro da estratégia do partido, dando preferência ao nome de Márcio França, ex-governador de São Paulo, que acabou sendo contemplado no primeiro escalão do governo.  

Os movimentos políticos são dinâmicos e os alinhamentos se transformam com o tempo. O que antes parecia uma falta de sintonia entre João Campos e os nomes de Paulo Câmara e Danilo Cabral agora dá lugar a gestos de apoio explícitos. A defesa feita pelo prefeito em favor do ex-governador chama atenção por esse reposicionamento, além de evidenciar a disputa interna dentro do PSB por mais protagonismo no governo federal. Com a reforma ministerial em pauta e o desejo do partido de ampliar sua participação no Executivo, as articulações seguem em ritmo intenso. Se a sinalização de João Campos terá efeito concreto para a nomeação de Paulo Câmara, só os próximos passos da política nacional irão revelar.

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