quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Na Lupa, Quinta, 23/01/2025, Blog do Edney

NA LUPA 🔎 
BLOG DO EDNEY


A PRESSA NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO: REFLEXÃO SOBRE A VISÃO DE MARCO MACIEL. 


Por Edney Souto. 

A frase de Marco Maciel, ex-governador de Pernambuco e vice-presidente do Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, “quem tem prazo não tem pressa”, reflete um tempo em que a política podia respirar. Neste contexto, a paciência era uma virtude e o planejamento, uma necessidade. No entanto, a atualidade política do Brasil parece distante dessa sabedoria. Hoje, os prazos eleitorais funcionam como bússolas para os políticos, guiando-os em uma corrida frenética por voto e influência. O tempo se transformou em um ativo valioso, e quem não corre após ele, arrisca-se a ficar para trás nesta maratona insana onde os valores e as normas da política foram drasticamente alterados por uma transformação criando o “mercado do voto”. Vamos passar NA LUPA
.
POVO ALIENADO- Com a mudança no eleitorado, a política brasileira experimentou uma alienação da cidadania, na qual a busca por uma participação crítica e consciente cedeu lugar à cultura das migalhas. A população, muitas vezes seduzida por promessas de imediato alívio financeiro, se tornou vítima de uma lógica utilitarista que prioriza o ganho momentâneo em detrimento de investimentos a longo prazo em educação e infraestrutura. Esse caminho pavimentado por programas assistenciais e políticas de redistribuição, se por um lado tenta aliviar a situação de vulnerabilidade, por outro, enraiza na mentalidade do eleitor a noção de que a política é simplesmente um meio de sobrevivência, e não uma ferramenta de transformação social.
COMER NA CAMPANHA - Essa cultura do "comer algo na campanha" tem reflexos diretos na própria democracia. O eleitor, ao ver que a possibilidade de mudança efetiva se dilui em promessas vazias, acaba por se resignar a um ciclo vicioso. A compra de votos, prática que em outros tempos parecia estar em baixa, voltou a florescer em um Brasil de anestesiados pela desesperança. Esta realidade é um insulto à democracia, uma vez que a prática de trocar votos por dinheiro ou por benefícios imediatos escancara a hipocrisia da nossa política. Enquanto as autoridades fingem ignorar tal situação, a população, em sua maioria, percebe que a corrupção está enraizada no tecido social da política brasileira.

PÉSSIMAS PERSPECTIVAS-  A tenebrosa expectativa para as eleições de 2026 começa a moldar o cenário atual. A corrida já começou, e os políticos, cientes do tempo escasso e da necessidade de apoio, aceleram suas movimentações na busca por espaços de influência. Essa pressa não é apenas uma técnica; é um imperativo outrora raramente presenciado. A luta por sobrevivência política, muitas vezes, envolve alianças espúrias onde o que prevalece é o interesse próprio, deixando em segundo plano o compromisso com os princípios que norteiam uma verdadeira política de bem-estar social.

DEMOCRACIA FERIDA- Caro Leitor aqui NA LUPA, a reflexão sobre o contexto atual deve partir da constatação de que há um degrau a ser superado. O eleitor, que outrora deveria se predispor a escolher por méritos, foi moldado por incentivos que priorizam a gratificação imediata. Por isso, o papel da educação política e da conscientização na formação de um eleitorado crítico e ativo se torna essencial. Políticas públicas direcionadas a informar a população sobre a importância de suas escolhas não são apenas necessárias, mas urgentes. Um eleitor informado tem potencial para mudar a narrativa, exigindo não apenas os "trocados" durante a campanha, mas planos de governo que realmente visem a transformação de seu entorno.
Sendo assim, ao olharmos para 2025, que se apresenta como um ano crucial para a definição dos rumos políticos seguintes, precisamos incutir na sociedade a ideia de que o voto é um 
instrumento poderoso e que deve ser usado com responsabilidade.
ELEITOR RESPONSÁVEL -  A responsabilidade deve partir tanto dos eleitores quanto dos eleitos. Nesse vasto oceano de corrupção política e eleitoral, emerge a possibilidade de um apoio consciente, uma escolha entre os menos ruins, em um cenário onde a figura do "bom político" parece ter desaparecido. O espaço está aberto para a emergência de propostas e candidatos que desafiem o status quo, pois, mesmo em um cenário onde a desilusão predomina, a esperança não deve ser descartada.
MARCO MACIEL - Marco Maciel deixou uma herança política e filosófica que, se reinterpretada sob a luz da atualidade, ainda pode oferecer lições valiosas. A política, mesmo quando imersa em crises de ética e corrupção, continua sendo um espaço de luta e possibilidade, um campo onde a paciência deve ser equilibrada com a urgência. Cidadãos, partidos, e líderes precisam discutir e debater o que realmente importa: o futuro, subtilmente, se constrói hoje, e a mudança começa com a consciência coletiva sobre o papel de cada um nesse embate democrático. Portanto, que as próximas eleições não sejam apenas mais uma página de um roteiro previsível, mas sim uma verdadeira reviravolta na trajetória da política brasileira. Com essa visão, a política pode, enfim, retomar seu papel de ferramenta de mudança e esperança para a nação. É isso aí.

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