sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

PREFEITO DA ILHA DE ITAMARACÁ DECLARA ESTADO EMERGENCIAL NO SEU INÍCIO DE GOVERNO

A Ilha de Itamaracá amanheceu sob um novo capítulo de sua gestão municipal, com o prefeito Paulo Galvão, recém-empossado, anunciando o estado de emergência administrativa, financeira e estrutural. A decisão veio à tona através do Decreto nº 001/2025, revelando a gravidade do cenário herdado e traçando um caminho de reorganização profunda em todas as esferas da administração pública local.  

Os números e situações encontradas pela equipe de transição surpreenderam até mesmo os mais experientes. Um saldo de apenas R$ 75 na conta principal do município foi o ponto de partida de uma lista extensa de dificuldades, incluindo uma dívida superior a R$ 1 milhão. O impacto foi sentido de imediato, com setores essenciais como limpeza urbana, saúde e educação enfrentando colapsos iminentes.  

O lixo acumulado nas ruas, um problema que incomodava a população desde o final de dezembro, tornou-se o símbolo mais visível dessa crise. O serviço de coleta, interrompido devido à dívida de quase R$ 500 mil com a empresa contratada e R$ 280 mil com o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos em Igarassu, precisava de uma solução urgente. Após negociações intensas, a nova gestão conseguiu um acordo para retomar a destinação dos resíduos, mas ainda enfrenta o desafio de limpar os bairros e restabelecer a normalidade.  

Nas escolas municipais, a realidade encontrada foi alarmante. Das 14 unidades de ensino, apenas uma estava em condições mínimas de funcionamento. Estruturas comprometidas por rachaduras, instalações elétricas precárias e a ausência de materiais básicos colocaram em xeque o retorno das aulas e a segurança dos alunos. No setor de saúde, a falta de medicamentos, insumos e até mesmo médicos, exonerados antes do final do ano, pintou um quadro de abandono que se estendeu aos prédios públicos, sem equipamentos adequados para o trabalho cotidiano.  

A resposta do novo prefeito não tardou. Com medidas rigorosas, Paulo Galvão deu início a uma reestruturação que passa por cortes nos cargos comissionados, suspensão de contratos temporários e a contenção de despesas supérfluas. O recadastramento de servidores e o retorno de funcionários desviados de função completam um conjunto de ações que visam não apenas equilibrar as contas, mas também resgatar a credibilidade da administração junto à população e fornecedores.  

Enquanto a Secretaria de Finanças trabalha para calcular o passivo total, as primeiras estimativas indicam que a dívida deixada pela gestão anterior não se limita ao cenário apresentado até agora. Salários atrasados, restos a pagar e empréstimos consignados sem cobertura financeira apontam para um desafio monumental, agravado pela ausência de registros contábeis de dezembro.  

Paulo Galvão enfrenta o desafio de reconstruir um município que, apesar de sua beleza natural e relevância histórica, se encontra debilitado por escolhas administrativas do passado. A emergência decretada é apenas o primeiro passo de uma caminhada que promete ser árdua, mas necessária para devolver à Ilha de Itamaracá a dignidade de seus serviços públicos e a confiança de seus moradores.

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