quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

RAQUEL MOSTRA SEU OUTRO LADO, O DE ARTICULAÇÃO POLÍTICA

A movimentação da governadora Raquel Lyra nos últimos dias marcou uma inflexão clara na condução do seu governo, deixando de lado a abordagem estritamente técnica e administrativa para abraçar de vez a articulação política. A nomeação de 22 ex-prefeitos como assessores especiais foi apenas o primeiro passo de uma estratégia que se desenha ainda maior, com a promessa de que esse número pode chegar a 70 até o final da semana. O gesto não passou despercebido e foi interpretado como uma virada de chave essencial para consolidar sua posição no tabuleiro político estadual.

A prática de integrar ex-prefeitos ao governo não é nova em Pernambuco. Governadores anteriores já utilizaram essa estratégia como forma de garantir capilaridade política e fortalecer sua base no interior, estabelecendo uma rede de interlocução direta com as lideranças municipais. No caso de Raquel Lyra, esse movimento se dá após um período inicial de gestão em que a governadora manteve uma postura mais reservada na política, priorizando a administração e evitando interferências partidárias diretas. Agora, a realidade se transforma. Com essa nova configuração, a governadora não apenas amplia sua influência como também cria um escudo de defesa para seu governo, com aliados dispostos a atuar em sua sustentação política.

Outro movimento significativo nesse novo cenário foi a aproximação com Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, que havia declarado apoio a Raquel no segundo turno de 2022, mas não teve espaço na gestão estadual e acabou se aproximando do prefeito do Recife, João Campos. O reencontro entre Raquel e Miguel abre margem para novas articulações que podem mudar completamente o rumo das disputas futuras, especialmente de olho em 2026. O cálculo político é evidente: em um estado onde alianças e dissidências fazem toda a diferença no jogo eleitoral, manter adversários próximos e construir pontes pode ser determinante para o futuro da governadora.

A movimentação também envia um recado claro a quem acompanha o cenário político pernambucano. Se antes Raquel Lyra era vista como uma gestora técnica, que evitava se aprofundar nas costuras políticas tradicionais, agora ela demonstra que aprendeu rápido e que está disposta a usar todos os instrumentos disponíveis para fortalecer seu grupo. O momento é de expansão e consolidação, com cada peça sendo colocada estrategicamente no tabuleiro para garantir que seu projeto de poder se mantenha viável e competitivo.

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