As chuvas intensas que atingiram Pernambuco na noite de terça-feira e se estenderam durante o dia seguinte transformaram a rotina de diversas cidades, exigindo a mobilização de equipes da Defesa Civil e deixando prefeitos e prefeitas sem descanso. No Recife e em Olinda, foi decretado alerta máximo devido ao risco elevado à população, enquanto outras localidades da Região Metropolitana, da Zona da Mata e do Agreste também enfrentaram problemas como alagamentos, deslizamento de barreiras e quedas de árvores. A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) registrou, no início da tarde, um volume acumulado de 134 mm de chuva na capital em apenas 24 horas, enquanto Abreu e Lima foi o município com a maior precipitação no período, somando 177 mm.
As dificuldades provocadas pelos temporais reacenderam o debate sobre a necessidade de reativação do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana (Conderm), um órgão que fazia parte do Sistema de Gestão Metropolitana, coordenado pela Condepe/Fidem, e que está desativado há sete anos. A ausência de uma coordenação conjunta entre os municípios compromete a eficácia das medidas preventivas e das respostas emergenciais em situações como essa, agravando os impactos das chuvas em diferentes áreas. O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, defende a retomada do Conderm e tem se articulado com gestores municipais para buscar uma solução integrada. Ele destaca que, sem uma articulação eficiente entre os municípios, os esforços individuais se tornam limitados, como no caso da limpeza de canais, onde a falta de continuidade das ações pode comprometer a mitigação dos efeitos das chuvas em mais de uma cidade.
Além de Mano Medeiros, os prefeitos Lula Cabral, do Cabo de Santo Agostinho, Mirella Almeida, de Olinda, e Edmilson Cupertino, de Moreno, também demonstraram interesse na reativação do conselho, reconhecendo a necessidade de estratégias conjuntas para enfrentar os desafios urbanos. A presidente em exercício do Condepe/Fidem, Fátima Lacerda, reforça que a desativação do Conderm deixou um vácuo na gestão metropolitana, dificultando a resolução de problemas estruturais que afetam toda a região. Para ela, a falta de uma instância que integre as ações dos municípios resulta em dificuldades acumuladas que cada cidade, sozinha, não consegue solucionar de maneira eficiente.
O episódio mais recente de chuvas intensas evidencia que o planejamento e a prevenção ainda são desafios para os municípios pernambucanos, especialmente diante da vulnerabilidade de áreas de risco e da necessidade de obras estruturais para minimizar os impactos de eventos climáticos extremos. Enquanto as equipes da Defesa Civil seguem monitorando os efeitos das precipitações e atuando para reduzir danos, a discussão sobre a retomada do Conderm ganha força, apontando para a necessidade de um olhar mais amplo e coordenado sobre os desafios da Região Metropolitana do Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário