quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

JOSÉ MÚCIO EXPLICA PORQUE RESOLVEU FICAR NO MINISTÉRIO

Após meses de especulação sobre sua permanência à frente do Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro confirmou que seguirá no cargo até o fim de 2025. Em entrevista à Folha de Pernambuco, o ministro explicou que sua decisão foi motivada por dois fatores centrais. O primeiro é a relação pessoal e política que mantém com o presidente Lula, sendo parte da cota pessoal do chefe do Executivo. O segundo está ligado a um projeto estratégico para o Nordeste: a Escola de Sargentos em Pernambuco.  

Múcio demonstrou preocupação com o futuro da iniciativa, destacando que Estados vizinhos já demonstram interesse em sediá-la. O Ceará, mesmo já sendo contemplado com a expansão do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), desponta como principal concorrente. O ministro afirmou que seu objetivo é tornar a implantação da Escola de Sargentos irreversível enquanto ocupa o cargo.  

Ele destacou que a mobilização cearense em torno do ITA foi um fator determinante para o avanço das obras naquele estado. Segundo Múcio, houve uma articulação integrada entre governo, entidades empresariais e instituições políticas, o que garantiu celeridade ao projeto. A preocupação do ministro é que o mesmo cenário possa se repetir no caso da Escola de Sargentos, caso Pernambuco não demonstre o mesmo empenho.  

Além das questões estratégicas envolvendo o Exército, José Múcio também comentou sobre os desdobramentos do atentado golpista de 8 de janeiro. O ministro afirmou que ainda aguarda o desfecho de inquéritos que seguem em andamento e revelou que 27 oficiais já foram indiciados. Para ele, o processo ainda pode trazer novas revelações ao longo do ano, tornando essencial sua permanência no ministério para acompanhar o desenrolar das investigações e contribuir com a condução da resposta institucional.  

Múcio reforçou que deseja um desfecho para as investigações que envolvem militares, pois acredita que o caso lançou uma sombra de suspeição sobre as Forças Armadas, afetando até mesmo os que não tiveram participação nos eventos. A expectativa do ministro é que a conclusão dos processos traga mais clareza e estabilidade para a relação entre as Forças Armadas e o governo.  

Sobre a aguardada reforma ministerial que o presidente Lula deve anunciar nos próximos dias, Múcio afirmou que as mudanças são uma realidade, mas minimizou a amplitude do rearranjo. Ele destacou que setores como a economia devem sofrer ajustes, mas garantiu que a Defesa não será afetada. Segundo o ministro, um dos motivos para Lula solicitar sua permanência foi justamente a estabilidade da pasta, que não apresenta problemas internos. Diante desse cenário, ele optou por continuar no cargo, garantindo que a gestão na Defesa siga sem sobressaltos.

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