A reabertura dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal do Recife começou com um episódio que colocou à prova a relação entre governo e oposição. O prefeito João Campos (PSB), ao discursar na tribuna, destacou os avanços da gestão e reafirmou um compromisso de “ouvir mais e errar menos”, sinalizando disposição para o diálogo com os vereadores. No entanto, a expectativa gerada pelas palavras do prefeito contrastou com sua atitude minutos depois, quando ele deixou o plenário assim que o líder da oposição, Felipe Alecrim (Novo), iniciava seu pronunciamento.
O gesto não passou despercebido e repercutiu entre os parlamentares, especialmente na bancada oposicionista. Gilson Filho (PL), um dos nomes mais combativos do grupo, expressou sua insatisfação com a postura do chefe do Executivo. O vereador apontou a contradição entre o discurso e a prática, afirmando que João Campos deveria ter permanecido para ouvir as críticas e sugestões dos opositores antes de seguir para entrevistas com a imprensa. O posicionamento ecoou na casa legislativa e foi compartilhado por outros vereadores que interpretaram a saída do prefeito como uma demonstração de resistência ao contraditório.
A sessão inaugural, além da polêmica, também trouxe à tona os desafios que marcarão o ano legislativo. Segurança pública, saúde e educação despontam como temas prioritários para os debates, em meio a um cenário de cobranças por maior participação da população e de fiscalização mais rigorosa sobre os atos do governo municipal. A promessa do prefeito de abrir mais espaço para a escuta ativa será testada ao longo das sessões, enquanto a oposição se mantém atenta para garantir que o diálogo institucional se mantenha efetivo e que o debate democrático não se resuma a palavras.
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