O senador Humberto Costa (PT) assumiu interinamente a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores por um período de quatro meses, com a missão de conduzir o Processo de Eleição Direta (PED) da legenda e fortalecer sua estrutura para as disputas eleitorais futuras. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (13), o parlamentar destacou que sua gestão terá um caráter estritamente organizacional e reafirmou que seu foco principal, após esse período, será sua própria candidatura à reeleição ao Senado em 2026.
Durante a coletiva, Humberto Costa enfatizou que sua atuação como presidente interino será pautada pela mobilização dos filiados e pelo fortalecimento interno do partido, garantindo que o PT esteja preparado para os desafios eleitorais dos próximos anos. O senador ressaltou que sua aceitação do cargo veio com a condição de que fosse uma função temporária e restrita ao tempo necessário para organizar o PED. “Quando meu nome foi cogitado, deixei claro que aceitaria exercer esse mandato tampão. Tudo que eu for fazer será para esse período de quatro meses”, declarou.
O senador pernambucano também comentou sobre as prioridades do PT para as eleições gerais de 2026, deixando claro que a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o objetivo central da sigla. Segundo ele, o partido buscará construir uma ampla aliança, incluindo partidos da esquerda, centro-esquerda e até legendas de centro-direita, caso seja necessário para garantir uma base sólida ao governo. Essa estratégia faz parte de um esforço para consolidar o campo progressista e evitar o crescimento de candidaturas de direita e extrema-direita que possam ameaçar os avanços das políticas defendidas pelo PT.
Apesar de evitar discussões mais aprofundadas sobre a disputa ao Senado, Humberto Costa não deixou de responder às provocações do ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, que já se coloca como pré-candidato ao Senado e criticou a destinação de emendas parlamentares feitas pelo petista. Ao ser questionado sobre as declarações de Miguel, Humberto reagiu chamando o ex-prefeito de "bolsonarista que, depois da eleição, mudou de posição". O senador também criticou o que chamou de tentativa precoce de antecipar o debate eleitoral de 2026, destacando que o momento atual deve ser focado na governabilidade e na construção de alianças estratégicas.
O ex-prefeito de Petrolina, que rompeu com o grupo da Frente Popular em Pernambuco e se aliou ao bolsonarismo nas eleições de 2022, tem dado sinais de que pretende disputar uma vaga no Senado, possivelmente como uma das apostas da oposição. Sua movimentação tem sido vista como uma tentativa de se consolidar como principal nome da direita no estado, buscando apoio de lideranças que se opõem ao governo Lula. Humberto Costa, por sua vez, reforçou que o PT está atento a esses movimentos e que a disputa para o Senado passará por um amplo debate dentro do partido e com os aliados.
Dentro do PT, a avaliação é de que a candidatura de Humberto Costa à reeleição será estratégica para garantir uma cadeira no Senado, mantendo a presença petista no Congresso e fortalecendo a bancada governista. O senador já articula apoios e trabalha para consolidar seu nome dentro da Frente Popular, buscando o respaldo de partidos aliados e lideranças locais. Além disso, sua atuação à frente do PT nacional, mesmo que temporária, pode ampliar sua influência e reforçar seu posicionamento na disputa pelo Senado.
Enquanto Miguel Coelho tenta se posicionar como alternativa ao atual grupo que comanda o estado, Humberto Costa aposta no alinhamento com Lula e no fortalecimento da base governista para manter sua cadeira. As movimentações políticas de ambos devem se intensificar nos próximos meses, com cada um buscando consolidar seu espaço e viabilizar suas candidaturas para a eleição de 2026.
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