Em uma entrevista concedida ontem, o deputado estadual Valdemar Oliveira, durante a posse do novo secretário Manuca, deixou claro que não existe qualquer tipo de acordo, da parte dele ou do Avante, para o ano de 2026. "O nosso acordo era com relação a 2024 e nós fizemos a nossa parte", afirmou o parlamentar, destacando que o foco da legenda sempre esteve nas eleições municipais que se aproximam e não em um planejamento para o futuro político, como alguns poderiam sugerir. O posicionamento de Valdemar reflete a postura do partido, que não vê necessidade de especulações sobre acordos para os próximos pleitos.
No entanto, nos bastidores, o clima é bem mais tenso. Embora não tenha confirmado oficialmente, Valdemar Oliveira demonstrou claramente seu desconforto com o movimento feito pelo deputado federal Pedro Campos, irmão do prefeito João Campos. O parlamentar, que se dedica à articulação de alianças políticas dentro do grupo do PSB, estaria investindo em bases eleitorais onde o Avante tem forte presença, numa tentativa de expandir suas alianças e fortalecer sua posição para a reeleição em 2026. Para Valdemar, isso configuraria uma "invasão" de territórios eleitorais, algo que ele considera inapropiado, ainda mais dentro de um grupo político que, até então, deveria ser aliado.
A insatisfação de Valdemar não é isolada, sendo compartilhada também por outros parlamentares que, ao verem a atuação de Pedro Campos, enxergam uma ameaça ao equilíbrio das bases políticas que vêm sendo trabalhadas há anos. O que parecia ser um acordo sólido entre os membros do PSB e o Avante, em torno da disputa de 2024, começou a se mostrar um terreno fértil para disputas internas e disputas de poder dentro do próprio campo governista. A mudança de postura de algumas figuras políticas dentro do grupo, incluindo o próprio Pedro Campos, tem gerado uma pressão crescente sobre os demais integrantes, que se veem desconfortáveis com o avanço de algumas movimentações que não haviam sido acordadas.
Esse tipo de disputa por espaço e influência territorial tem se tornado cada vez mais comum nas esferas políticas locais e regionais, principalmente quando se trata de candidatos que buscam garantir sua reeleição ou até mesmo ascender a novos postos de poder. Valdemar, ao se posicionar dessa forma, deixa claro que a disputa por bases eleitorais está longe de ser apenas uma questão de acordos estratégicos, mas também de conflitos por domínio político, onde as alianças muitas vezes são apenas uma fachada para interesses pessoais e partidários. O desembarque do Avante do grupo de João Campos, em razão dessas disputas, demonstra como os bastidores da política pernambucana podem ser permeados por tensões que vão muito além do que é divulgado publicamente.
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