Diante desse cenário, Álvaro Porto não apenas minimiza os efeitos da debandada, como garante que a legenda seguirá viva e ativa no estado. Durante entrevista à Rádio Folha FM, o parlamentar afirmou que a governadora acreditava que sua saída significaria o fim do PSDB em Pernambuco, mas segundo ele, esse não será o destino da sigla. O presidente da Assembleia Legislativa mostra-se disposto a encarar o desafio e vê na situação uma oportunidade para redefinir os rumos do partido. Com um discurso voltado para o médio prazo, afirmou já estar articulando nomes e apoios visando a formação de uma chapa competitiva para as eleições estaduais e federais de 2026. A estratégia, segundo ele, é montar um PSDB que funcione coletivamente e não mais em torno de uma figura única, em clara alusão à liderança exercida por Raquel Lyra no período anterior.
Sem revelar nomes, Porto afirma que tem dialogado com diversos atores políticos e que a legenda está aberta para quem quiser contribuir com esse novo momento. Também revelou ter sido procurado por prefeitos que alegaram ter sido pressionados pelo governo do estado a deixar a sigla, recomendando a esses que não se preocupem, que aceitem o que o Executivo estadual oferece e sigam trabalhando pelas suas cidades. Para ele, o mais importante é manter a governabilidade dos municípios, algo que diz compreender profundamente por já ter sido prefeito de Canhotinho, cidade de pequeno porte no Agreste. Demonstrando habilidade política, o deputado deixou claro que as portas do PSDB seguem abertas, sinalizando uma possível reconciliação no futuro, sobretudo após o ciclo de influência direta do governo estadual.
Ao afirmar que o caminho de volta está “mais do que asfaltado” para 2028, Porto lança um recado direto aos que saíram do partido por conveniência, indicando que a coerência política poderá ser testada nos próximos pleitos. O desafio, no entanto, vai além da montagem de uma chapa. Reerguer um partido em frangalhos requer tempo, articulação, paciência e sobretudo um projeto que convença os eleitores e as lideranças de que vale a pena permanecer ou retornar. Ainda assim, o novo dirigente evita falar em rompimentos irreversíveis e prefere apostar no tempo como aliado da reconstrução. Enquanto isso, o PSDB de Pernambuco segue seu processo de reinvenção, enfrentando os efeitos da disputa de poder e buscando reescrever seu papel no cenário político estadual.
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