sexta-feira, 11 de abril de 2025

CHINA AUMENTA TARIFA PARA PRODUTOS AMERICANOS PARA 125% E AUMENTA TENSÃO NO MERCADO

Em mais um capítulo da já prolongada e complexa guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do planeta, a China anunciou nesta sexta-feira (11) uma nova rodada de retaliações aos Estados Unidos, com o aumento das tarifas sobre uma ampla gama de produtos norte-americanos. A medida, que eleva as tarifas para até 125%, foi comunicada pela Comissão Tarifária do Conselho de Estado de Pequim e divulgada oficialmente por meio do Ministério das Finanças chinês. A decisão entra em vigor já neste sábado (12), sinalizando que o governo chinês está determinado a reagir com força às pressões comerciais impostas por Washington. Em tom crítico, as autoridades chinesas alegaram que as tarifas “anormalmente elevadas” determinadas pelos Estados Unidos constituem uma violação grave das normas internacionais que regem o comércio, infringem princípios econômicos fundamentais e desrespeitam o bom senso que deveria nortear as relações bilaterais. O comunicado, cuidadosamente redigido, reflete a frustração do governo de Xi Jinping com o endurecimento da postura norte-americana, que, mesmo após mudanças de administração em Washington, manteve um discurso protecionista e práticas agressivas contra a economia chinesa. O aumento das tarifas surge num momento de tensão crescente no comércio global e pode impactar significativamente setores como tecnologia, agricultura, energia e bens manufaturados. Embora não tenham sido divulgados todos os produtos atingidos pela nova medida, especialistas apontam que ela pode afetar desde alimentos processados até semicondutores. A escalada tarifária ocorre em meio a um cenário de desaceleração econômica global, inflação persistente em diversos países e instabilidade geopolítica, o que torna os efeitos da decisão ainda mais imprevisíveis para mercados financeiros e cadeias produtivas internacionais. A retaliação chinesa também tem peso simbólico, pois demonstra que Pequim não pretende recuar frente à ofensiva tarifária imposta inicialmente ainda durante o governo Donald Trump e mantida com ajustes pela gestão de seu sucessor. As imagens de Donald Trump e Xi Jinping, líderes que marcaram o início e a intensificação dessa disputa comercial, voltaram a circular com força nas redes sociais e nos meios de comunicação internacionais após o anúncio. A medida também pode ter implicações para as campanhas eleitorais nos Estados Unidos, especialmente no que diz respeito ao eleitorado do setor agrícola, que já sofreu perdas significativas com a queda nas exportações para o mercado chinês nos últimos anos. Com essa nova investida, a China envia um recado claro de que não aceitará o que considera coerção econômica e que está disposta a usar todos os instrumentos à disposição para proteger seus interesses comerciais e estratégicos no tabuleiro global.

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