sábado, 12 de abril de 2025

GRUPO DE DANI PORTELA REFORÇA ALA DO PT LIDERADA POR HUMBERTO COSTA

Um movimento político de bastidor, mas de forte impacto na reorganização das forças progressistas em Pernambuco, vem se desenhando com a migração do grupo político ligado à deputada estadual Dani Portela do Psol para o Partido dos Trabalhadores. A decisão, que já vinha sendo amadurecida há meses, culmina na entrada desse coletivo na corrente interna do PT liderada pelo senador Humberto Costa, um dos quadros mais experientes e influentes da legenda no estado. Essa corrente, que já agrega figuras como os deputados João Paulo, Doriel Barros e Rosa Amorim, se consolida como uma das mais coesas no partido e vem adotando uma postura política diferenciada, ao não adotar um tom de oposição direta ao governo de Raquel Lyra (PSD), o que tem chamado atenção no xadrez político local. Embora Dani Portela, em sua atuação parlamentar, tenha mantido um discurso crítico e oposicionista à gestão estadual, a deputada projeta assinar formalmente sua filiação ao PT apenas em março de 2026, num momento estratégico que pode coincidir com os rearranjos partidários da próxima eleição municipal ou até mesmo visando as articulações para a sucessão estadual. A chegada do seu grupo representa mais do que uma simples mudança de sigla: trata-se da incorporação de um capital político construído nas lutas sociais, na defesa dos direitos humanos e em pautas identitárias, áreas em que Dani se destacou desde a sua eleição. O gesto amplia o espectro de alianças do grupo de Humberto e sinaliza uma tentativa de acomodar diferentes matizes da esquerda dentro da mesma estrutura partidária, com foco em fortalecer o PT como o principal polo de resistência e protagonismo político diante de um cenário nacional em disputa. A entrada do grupo também sinaliza uma reconfiguração interna dentro do PT de Pernambuco, que nos últimos anos vinha convivendo com divisões entre alas mais moderadas e outras com forte viés ideológico. Ao atrair um segmento oriundo de um partido mais à esquerda como o Psol, Humberto Costa reforça sua habilidade de articulação e a capacidade de liderar um campo político capaz de dialogar com diferentes correntes. Com isso, o grupo que se posiciona de forma mais institucional e menos beligerante em relação ao governo estadual ganha peso, equilibrando a balança interna do PT e projetando uma frente mais ampla de atuação, tanto na Assembleia Legislativa quanto nas ruas e movimentos sociais. Essa movimentação também será acompanhada com atenção pelos demais partidos de esquerda em Pernambuco, especialmente o próprio Psol, que vê na saída de Dani Portela um esvaziamento de uma de suas lideranças mais expressivas. O momento marca ainda o aprofundamento do processo de recomposição do campo progressista local, num ciclo de realinhamentos que promete redesenhar a geografia partidária do estado nos próximos anos.

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