quarta-feira, 30 de abril de 2025

MENDONÇA DIZ QUE "DARÁ UM TEMPO" EM RELAÇÃO AO UNIÃO BRASIL

O deputado federal Mendonça Filho, um dos três representantes pernambucanos do União Brasil na Câmara, demonstrou publicamente sua insatisfação com o processo de unificação entre seu partido e o Progressistas (PP), que está em fase de oficialização em Brasília sob a nova nomenclatura de União Progressista. Segundo Mendonça, a iniciativa é “precipitada”, uma vez que o União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL, ainda não superou seus próprios conflitos internos desde a criação, há menos de três anos. Para ele, a tentativa de formar uma federação com o PP pode aprofundar disputas locais, agravando desentendimentos que ainda estavam sob controle nos estados, e minando o objetivo de construir uma coesão nacional. Apesar da posição crítica, o parlamentar fez questão de ressaltar que mantém respeito pelas lideranças do PP e do próprio União Brasil em Pernambuco, citando os deputados Eduardo da Fonte, Fernando Filho e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. Declarou ainda que pretende manter o diálogo com todos, mas deixou claro que aguardará os próximos movimentos antes de decidir se continua na federação ou toma outro rumo político. Em suas palavras, "vou dar tempo ao tempo", reconhecendo que está em minoria nessa avaliação, mas que prefere observar os desdobramentos práticos tanto em Brasília quanto no cenário estadual antes de qualquer definição. Ele defende que o ideal seria uma aliança estratégica entre os dois partidos, porém com autonomia partidária preservada, pois entende que a federação exige um grau elevado de uniformidade, o que julga difícil diante das diferenças entre as siglas. Mendonça também fez críticas ao histórico recente do União Brasil, lembrando o episódio da eleição estadual de 2022, quando enfrentou resistência interna à candidatura de Miguel Coelho ao governo de Pernambuco. Segundo ele, Luciano Bivar, então dirigente do partido, tentou minar o projeto político de Miguel e ainda lançou sua própria candidatura à Câmara dos Deputados no dia da convenção, o que quase desestabilizou completamente a chapa. Além disso, Mendonça foi removido da presidência do União Brasil em Pernambuco após uma disputa judicial com Bivar, sendo posteriormente substituído não por decisão do rival, mas por Antonio Rueda, o novo presidente nacional da legenda, que optou por colocar Miguel Coelho no comando estadual. Bivar, por sua vez, permanece afastado das articulações do União Brasil e, segundo aliados, estaria inclinado a migrar para uma sigla menor. Caso isso se confirme e Mendonça decida também sair, o União Brasil ficaria com apenas um deputado federal em Pernambuco, Fernando Filho, reduzindo sua força frente ao PP, que já conta com três nomes: Eduardo da Fonte, Lula da Fonte e Clarissa Tércio.

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