sexta-feira, 25 de abril de 2025

MIGUEL DEFENDE E APOSTA NA SINTONIA COM EDUARDO DA FONTE E O PP EM PERNAMBUCO

A formalização da Federação entre o PP e o União Brasil, marcada para o próximo dia 29 em Brasília, começa a desenhar novas dinâmicas de poder na política pernambucana. Em meio às costuras nacionais, a equação local ganha contornos particulares com o acerto que deve colocar o deputado federal Eduardo da Fonte no comando da nova agremiação em Pernambuco. O movimento, que promete reorganizar forças no estado, é visto com bons olhos pelo ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, um dos nomes mais cotados para disputar cargos majoritários em 2026. Segundo Miguel, a iniciativa representa um avanço e pode consolidar um novo polo de poder, com perspectiva de crescimento eleitoral e fortalecimento da direita no estado.

Mesmo com a possibilidade de conflito de interesses entre ele e Eduardo da Fonte, já que ambos têm pretensões para o Senado, Miguel garante que não haverá problema. Para ele, a política se constrói na base do diálogo, e acredita que haverá sintonia e sinergia no comando da Federação em Pernambuco. A visão otimista de Miguel não é apenas retórica. Ele vem mantendo uma postura pragmática desde que deixou a prefeitura de Petrolina, buscando articular alianças e projetando seu nome no cenário estadual. Sua relação com Eduardo da Fonte, embora marcada por objetivos semelhantes, tem sido marcada por gestos de civilidade política e pela consciência de que o enfrentamento direto pode ser prejudicial a ambos.

Enquanto isso, o deputado Eduardo da Fonte, que preside o PP em Pernambuco, tem demonstrado otimismo quanto ao desempenho da futura Federação nas eleições. Em declarações recentes, ele afirmou que a nova legenda pode eleger até 20 deputados estaduais e cerca de 10 federais, o que a colocaria como uma das forças mais influentes no Legislativo estadual e na bancada pernambucana na Câmara. A costura envolve não apenas números, mas também cálculos de sobrevivência política em um cenário de disputas acirradas por espaço e recursos. O projeto de Eduardo também se conecta com o xadrez nacional, já que a fusão do PSDB com o União Brasil deve ocorrer no mesmo dia, reforçando o bloco de centro-direita que busca se contrapor ao avanço do PT e de outras siglas da esquerda.

Nos bastidores do PP, há entusiasmo com a possibilidade de que tanto Miguel quanto Eduardo possam disputar o Senado na mesma chapa, transformando o que poderia ser um impasse em uma aliança estratégica. A ideia ainda é incipiente, mas já circula entre lideranças partidárias como uma alternativa real, a depender das movimentações do PT no estado. Isso porque o senador Humberto Costa, principal nome da legenda no estado, mantém uma postura de aproximação tanto com a governadora Raquel Lyra quanto com o prefeito do Recife, João Campos, dois prováveis adversários em 2026. Nesse jogo de múltiplos tabuleiros, o PT pode ter de escolher entre apoiar um nome competitivo de fora da sigla para garantir presença no Senado ou insistir na reeleição de Humberto, mesmo sob risco de fragmentar sua base.

A posição do PT, portanto, será decisiva para o futuro das candidaturas majoritárias no estado. Com o cenário em formação, a Federação PP/União Brasil se apresenta como um player disposto a ocupar espaços estratégicos e a atrair quadros com densidade eleitoral. A relação entre Miguel e Eduardo será posta à prova nos próximos meses, principalmente se ambos mantiverem o interesse pelo Senado. Mas, por ora, o discurso da convergência prevalece, e a aposta no fortalecimento conjunto é o que orienta os passos iniciais dessa aliança que começa a se desenhar com força nos bastidores políticos de Pernambuco.

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