segunda-feira, 28 de abril de 2025

PT DE PERNAMBUCO BUSCA CONSENSO

A disputa pela presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco caminha para um cenário de intensas articulações internas nas próximas semanas, com a busca declarada pelo consenso entre os três principais nomes que já se colocam como pré-candidatos. Até o dia 9 de maio, prazo final para inscrições no Processo de Eleição Direta (PED), as conversas deverão se intensificar na tentativa de unificar a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), que reúne os três postulantes: o deputado federal Carlos Veras, a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, e o sindicalista Sérgio Goiana. O atual presidente estadual do partido, o deputado estadual Doriel Barros, decidiu não disputar a reeleição, abrindo espaço para uma renovação no comando do PT pernambucano em meio a um contexto de fortalecimento da legenda para as disputas municipais e estaduais futuras.

Sérgio Goiana, conhecido por sua atuação histórica no movimento sindical, afirmou que está à disposição para a tarefa, mas frisou que sua prioridade é a construção da unidade partidária. Ele destacou que o momento exige responsabilidade para fortalecer a legenda e ampliar sua representação política, com foco estratégico na eleição de mais deputados estaduais e federais, além da reconquista da Prefeitura do Recife e da formação de uma candidatura competitiva ao Governo do Estado em 2026. Para ele, se o entendimento for possível, todos se comprometerão com o nome escolhido, consolidando a força da CNB dentro do partido.

Carlos Veras, que vem de uma trajetória também ligada ao sindicalismo e atualmente exerce mandato na Câmara Federal, adota o mesmo tom conciliador. Ressaltando a importância de respeitar o debate interno e o calendário partidário, Veras sinalizou que sua principal meta é trabalhar para a manutenção da hegemonia da CNB e garantir que o PT saia fortalecido do processo. Ele se mostra atento aos movimentos internos, mas evita alimentar qualquer clima de disputa, apostando na construção de um nome de consenso que traduza os interesses coletivos da corrente.

Márcia Conrado, que governa um dos principais municípios do Sertão, também se apresenta como alternativa viável e carrega o peso de ser a única mulher na disputa, fator que pode ser relevante no contexto de renovação e diversidade que parte do partido defende. Assim como os demais, Márcia adota um discurso de unidade, evitando confrontos públicos e apostando em conversas reservadas para articular seu espaço na corrida pela direção estadual. Seu nome é visto com simpatia por setores que desejam fortalecer a presença do partido no interior, reconhecendo o crescimento do PT em cidades médias e pequenas.

Embora outras correntes do PT também possam inscrever candidaturas até o dia 9 de maio, o presidente nacional do partido em exercício, o senador Humberto Costa, afirmou não ter conhecimento de movimentos fora da CNB que pretendam disputar o comando estadual. Isso reforça a ideia de que a escolha entre Carlos Veras, Márcia Conrado e Sérgio Goiana poderá definir não apenas quem liderará o partido nos próximos anos, mas também qual linha política ganhará força para orientar as estratégias do PT em Pernambuco, em um momento de reorganização nacional e regional. As próximas duas semanas serão decisivas para consolidar ou não essa tentativa de consenso que, até aqui, todos garantem querer construir.

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