quarta-feira, 7 de maio de 2025

BOLSONARO TEIMA MÉDICOS E SURPREENDE OPOSITORES E SEGUIDORES COMPARECENDO AO ATO DA ANISTIA LOGO APÓS ALTA DE UMA CIRURGIA COMPLEXA

Em um gesto que surpreendeu aliados e opositores, o ex-presidente Jair Bolsonaro marcou presença na tarde desta quarta-feira (7) em Brasília durante a mobilização batizada de “Caminhada Pacífica pela Anistia Humanitária”. A aparição ocorre em meio a recomendações médicas para que o ex-mandatário evitasse eventos públicos, devido a problemas de saúde que o acompanham desde o fim do seu governo. Ainda assim, Bolsonaro surgiu ao lado de lideranças políticas e religiosas, reforçando seu apoio ao movimento que pede a libertação dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O protesto reuniu milhares de pessoas nas proximidades do Congresso Nacional, num esforço claro para pressionar parlamentares a avançarem com o projeto que prevê anistia para os envolvidos nos ataques. Entre os principais articuladores do ato estavam o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que tem se empenhado em manter a coesão da base bolsonarista, e o pastor Silas Malafaia, uma das principais vozes evangélicas em defesa do ex-presidente e dos detentos. A movimentação também serviu como um termômetro do fôlego político de Bolsonaro, que mesmo afastado de cargos públicos, demonstra capacidade de mobilização. No entorno do Congresso, os participantes da caminhada exibiam faixas e cartazes com apelos por liberdade e slogans que resgatavam a narrativa de perseguição contra os presos do 8 de janeiro. Enquanto isso, no Parlamento, o debate sobre a proposta de anistia segue dividido, com resistência tanto entre setores da esquerda quanto entre parlamentares de centro que temem o impacto institucional de uma eventual anistia ampla. O ato desta quarta-feira representou, portanto, mais do que um simples protesto: foi um recado direto à classe política, com a presença simbólica de Bolsonaro reforçando a pressão sobre os congressistas. O ex-presidente, visivelmente abatido, mas ainda firme no discurso, evitou falar com a imprensa, limitando-se a acenar e posar para fotos ao lado dos organizadores e simpatizantes.

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