sexta-feira, 2 de maio de 2025

CASSAÇÃO E INEGIBILIDADE DE PREFEITO, VICE E PUNIÇÃO A EX-PREFEITO GERAM INCERTEZAS E SACUDIDAS POLÍTICA EM CUSTÓDIA

A política de Custódia, no Sertão do Moxotó, foi sacudida por uma decisão que promete reverberar por muito tempo na cidade e em todo o estado. A Justiça Eleitoral da 65ª Zona, com sede no próprio município, cassou os mandatos do prefeito Manoel Messias de Souza, do Republicanos, mais conhecido popularmente como Messias do DNOCS, e de sua vice, Anne Lúcia Torres Campos de Lira, também do Republicanos. A sentença, assinada pela juíza eleitoral responsável pela comarca, vai além e atinge ainda o ex-prefeito Emmanuel Fernandes de Freitas Gois, figura central da política local e igualmente filiado ao Republicanos. Os três foram declarados inelegíveis pelo período de oito anos, uma pena que atinge diretamente seus projetos e planos políticos futuros.

A decisão judicial é resultado de um processo que apurou uma série de irregularidades cometidas durante as eleições municipais de 2020, quando Messias do DNOCS foi eleito. Conforme os autos, ficou comprovado que houve abuso de poder político e econômico, uma combinação que, segundo a magistrada, comprometeu a lisura do pleito. Entre as práticas consideradas ilícitas pela Justiça estão contratações de servidores temporários em período proibido pela legislação, compra de votos com dinheiro e benefícios, pagamento de gratificações a contratados da Prefeitura como forma de retribuição política e, ainda mais grave, uso da máquina pública para coagir e pressionar servidores a apoiar a candidatura da situação.

O esquema, de acordo com a sentença, foi coordenado com o objetivo de desequilibrar a disputa eleitoral e garantir a vitória nas urnas. Apesar da gravidade das acusações e da sentença já proferida, Messias do DNOCS e Anne Lúcia permanecem, por ora, nos cargos. Isso ocorre porque o sistema jurídico brasileiro permite que os gestores sigam no exercício do mandato enquanto recorrem às instâncias superiores. A defesa dos cassados já anunciou que vai apresentar recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), buscando reverter a condenação.

Enquanto isso, o Ministério Público Eleitoral, que atuou no caso, também estuda abrir uma ação penal contra os envolvidos, o que pode transformar a disputa eleitoral em um caso criminal. Os desdobramentos prometem mexer com o xadrez político da cidade, uma vez que a inelegibilidade dos principais líderes do Republicanos em Custódia abre espaço para novos nomes e rearranjos de forças locais. A decisão ainda não é definitiva, mas já marca um novo capítulo turbulento na história política do município sertanejo, cuja população acompanha com expectativa cada movimento dos tribunais. Nos bastidores, lideranças adversárias e aliadas já se articulam diante do cenário incerto que se desenha para os próximos meses.

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