A tramitação de indicações para cargos estratégicos do Governo de Pernambuco na Assembleia Legislativa enfrenta mais um capítulo de indefinições e adiamentos. Nesta terça-feira (20), o novo edital da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Alepe não trouxe mais a distribuição da indicação do médico veterinário Moshe Dayan para a presidência da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro), sinalizando um possível freio no avanço da nomeação feita pela governadora Raquel Lyra (PSD). O nome de Dayan foi tornado público no Diário Oficial da Alepe em 13 de maio, após escolha direta da chefe do Executivo estadual, e revelado com exclusividade por um veículo de imprensa. Ele atualmente exerce a função de assessor parlamentar da deputada estadual Débora Almeida (PSDB), aliada de Raquel, o que reforça o caráter político da indicação. O procedimento formal exige que o nome passe pela sabatina e votação na CCLJ, etapa obrigatória antes da confirmação da posse. No entanto, o processo parece seguir o mesmo compasso lento observado em outra nomeação pendente: a de Virgílio Oliveira para a administração do arquipélago de Fernando de Noronha, cuja indicação aguarda movimentação na Alepe há meses. No edital do último sábado (17), a pauta da comissão ainda constava a distribuição da indicação de Dayan, o que foi posteriormente retirado no novo documento publicado nesta terça. A retirada gerou questionamentos sobre os critérios adotados na ordem de tramitação das matérias de interesse do Executivo. Em contato com o blog Cenário, o presidente da CCLJ, deputado Coronel Alberto Feitosa (PL), esclareceu que a inclusão do nome de Moshe Dayan no edital anterior ocorreu por um erro administrativo cometido por um dos servidores da comissão. Segundo Feitosa, não faria sentido permitir o avanço da análise da indicação da Adagro sem que antes fosse destravada a sabatina de Virgílio Oliveira, pendente há mais tempo e considerada prioritária por ele. A afirmação do parlamentar reforça uma espécie de hierarquia informal entre as indicações, apesar da ausência de um cronograma oficial que discipline a ordem de apreciação. Nos bastidores, a demora vem sendo interpretada como mais um elemento de tensão entre o Executivo e o Legislativo, especialmente no momento em que o Palácio do Campo das Princesas tenta ampliar o controle de órgãos estratégicos como a Adagro. Enquanto isso, a Alepe, sob comando de parlamentares de perfil mais independente, tem imprimido um ritmo próprio à tramitação, travando, ainda que indiretamente, parte das movimentações administrativas pretendidas por Raquel Lyra.
Informações do Blog Cenário
Nenhum comentário:
Postar um comentário