sexta-feira, 16 de maio de 2025

NOMEAÇÃO DE VIRGÍLIO ADJUNTO EM NORONHA FOI DRIBLE DE GARRINCHA DE RAQUEL NA OPOSIÇÃO

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), demonstrou habilidade política ao contornar o impasse envolvendo a nomeação do novo administrador de Fernando de Noronha. Sem a sabatina ser realizada pela Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), que vinha protelando o processo mesmo após o esgotamento dos prazos legais, Raquel decidiu agir. Nomeou o advogado Virgílio Oliveira como administrador adjunto da ilha, possibilitando sua posse imediata e, com isso, garantindo o funcionamento pleno da administração local. A medida driblou a resistência da oposição na Alepe, que vinha utilizando o caso como um instrumento de enfrentamento político com o Executivo estadual, especialmente em um ano pré-eleitoral.

Com a nomeação, o atual administrador adjunto, Aglailson Victor, passa a responder interinamente pela superintendência geral da ilha, até que a situação institucional seja finalmente destravada. Essa movimentação do Palácio do Campo das Princesas é interpretada como uma resposta direta às tentativas de obstrução por parte de deputados da oposição, que vinham dificultando o avanço de projetos e nomeações do Executivo sob o argumento de cumprir ritos legislativos. No entanto, o governo argumenta que todos os trâmites legais foram respeitados e que a Alepe já ultrapassou os prazos estabelecidos para a sabatina de Virgílio Oliveira.

O gesto de Raquel também demonstra que, apesar das dificuldades políticas com parte do Legislativo, ela está disposta a tomar decisões firmes para evitar a paralisia administrativa. A escolha de Virgílio Oliveira como adjunto permite sua atuação efetiva na gestão da ilha, sem necessidade de aguardar a tramitação política emperrada, já que o cargo de administrador adjunto não depende diretamente de aprovação da Assembleia para sua efetivação. Essa solução foi vista como uma forma de manter o controle sobre a governança em Noronha sem descumprir as normas institucionais.

Nos bastidores, aliados do governo comemoraram a decisão como uma jogada de inteligência política, capaz de assegurar a continuidade administrativa e neutralizar os efeitos de uma crise fabricada para enfraquecer a governadora. Noronha, por seu valor estratégico, turístico e ambiental, tem sido foco de disputas políticas frequentes, e a nomeação do novo gestor ganhou contornos de embate entre os Poderes. A oposição, por sua vez, evita comentar oficialmente, mas nos corredores da Alepe há quem admita que a governadora conseguiu, com a caneta na mão, desfazer uma armadilha parlamentar que vinha sendo construída para minar sua autoridade no comando do estado.

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