Em meio a um cenário nacional desafiador na área da segurança pública, Pernambuco alcançou um marco histórico no combate à violência. O Estado completou, em abril de 2025, doze meses consecutivos de queda nas Mortes Violentas Intencionais (MVIs), consolidando um ciclo de retração que já é considerado um dos mais significativos desde a criação do sistema de monitoramento estatístico em 2004. No próprio mês de abril, foram registrados 252 homicídios, o que representa uma expressiva redução de 21,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando os números vinham apresentando tendência de alta em diversas regiões do país.
Ao longo do primeiro quadrimestre de 2025, Pernambuco contabilizou 1.108 vítimas de MVI, reforçando uma curva descendente que reflete diretamente o esforço articulado do poder público em diversas frentes. A taxa atual de homicídios por 100 mil habitantes atingiu o patamar de 34,05 – o menor índice em mais de duas décadas. A consistência na redução da criminalidade letal tem sido interpretada como um reflexo direto da reestruturação das políticas de segurança pública, impulsionadas pelo programa estadual “Juntos Pela Segurança”, que investe em inteligência policial, análise de dados e reforço da presença ostensiva das forças policiais.
Os avanços não se limitam aos crimes contra a vida. Os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), como assaltos, roubos e furtos, também apresentaram retração. Abril de 2025 registrou 3.478 ocorrências, uma queda de 11,3% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foram computadas 3.921 ocorrências, o recorde negativo anterior. Esse novo cenário aponta para uma reorganização do aparato policial em áreas urbanas e zonas de maior vulnerabilidade, com foco em operações preventivas e repressivas que visam desarticular quadrilhas, recuperar bens e ampliar a sensação de segurança da população.
A resposta das polícias Militar, Civil e Científica tem sido robusta. No primeiro quadrimestre do ano, foram contabilizadas mais de 10 mil conduções por flagrante delito, entre as quais se destacam 2.572 ocorrências relacionadas à violência doméstica e 2.063 apreensões vinculadas ao tráfico de entorpecentes. As ações integradas também resultaram na retirada de circulação de quase 2 mil armas de fogo, contribuindo para a diminuição da letalidade em confrontos e para a proteção de comunidades expostas a conflitos armados.
Para o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, os resultados refletem uma gestão baseada em dados, estratégia e valorização dos profissionais de segurança. Ele ressaltou que os avanços são fruto de uma série de medidas adotadas com o objetivo de salvar vidas e preservar a dignidade de quem mais precisa da presença do Estado. Carvalho enfatizou que, embora os números sejam animadores, o desafio permanece constante, sobretudo diante da complexidade social que alimenta diferentes formas de violência. A missão, segundo ele, exige continuidade, firmeza nas ações e atenção permanente aos territórios mais afetados.
A meta agora, segundo fontes internas do governo, é aprofundar o uso de tecnologia e expandir as ferramentas de investigação e monitoramento, além de ampliar o diálogo com comunidades e lideranças locais. A ideia é que a política de segurança pública em Pernambuco não apenas reduza índices, mas transforme realidades e construa uma cultura de paz mais duradoura.
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