As adutoras, embora executadas pela atual gestão, foram idealizadas ainda na administração do ex-prefeito Rivaldo Alves, pai do atual prefeito, e fazem parte de um projeto maior de reestruturação hídrica voltado para a zona rural de Saloá. Segundo engenheiros envolvidos na obra, a água é captada da barragem de Camaratuba — uma das mais importantes fontes de abastecimento da região — e segue canalizada por tubulações de alta resistência até pontos de distribuição instalados estrategicamente em cada uma das comunidades atendidas. Cada ponto de entrega foi projetado para atender à demanda das famílias locais, com caixas d’água elevadas, sistema de registro e acesso facilitado para todas as residências da área contemplada.
A comunidade de Riachão, localizada no extremo sul do município, foi uma das mais impactadas positivamente pela inauguração. Antes, os moradores enfrentavam longos períodos de seca e passavam semanas à espera de caminhões-pipa enviados pela prefeitura ou por programas estaduais. O cenário era agravado nos períodos de estiagem prolongada, quando o volume de água disponível diminuía drasticamente. Com a adutora, Riachão passa a ter um fornecimento regular, o que permitirá inclusive o fortalecimento da agricultura familiar, uma das principais fontes de renda da localidade. Em Silvéria e Camaratuba da Prata, a realidade era semelhante: famílias inteiras conviviam com racionamento severo, improvisos para armazenamento de água e um cotidiano moldado pela escassez.
O prefeito Júnior de Rivaldo, em discurso firme e emocionado, destacou que a inauguração das adutoras simboliza não apenas o cumprimento de uma promessa de campanha, mas a realização de um sonho antigo das comunidades rurais. Ele lembrou do esforço da equipe técnica da prefeitura, das licitações conduzidas com transparência e do empenho para garantir os recursos necessários à execução da obra com recursos próprios. Ainda durante a solenidade, o gestor ressaltou o legado deixado por seu pai, Rivaldo Alves, que teve a iniciativa de elaborar o projeto das adutoras, mas não conseguiu concretizá-lo em sua gestão. Agora, o filho completa o ciclo, promovendo uma entrega que alia sensibilidade social e capacidade de gestão.
O deputado Dannilo Godoy, parceiro político da gestão municipal, também fez questão de parabenizar a administração e se comprometeu a buscar, junto ao Governo do Estado, recursos para ampliar a rede de abastecimento hídrico para outras comunidades rurais de Saloá que ainda não contam com adutoras ou poços artesianos. Ele frisou que o acesso à água é condição essencial para a permanência da população no campo e fator decisivo para combater o êxodo rural. O evento teve ainda momentos de forte comoção, como o depoimento de dona Maria do Carmo, moradora de Camaratuba da Prata há mais de 60 anos, que chorou ao ver a água jorrando pela primeira vez em sua casa. “É como se a gente tivesse nascido de novo”, declarou, com a voz embargada.
Além dos benefícios sociais imediatos, a instalação das adutoras deve refletir positivamente na saúde pública, com a redução de doenças relacionadas ao consumo de água imprópria, e na educação, já que muitas crianças deixavam de frequentar as aulas para ajudar na busca por água. Também há impacto econômico, com a valorização das propriedades rurais beneficiadas. Técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura explicaram que novas ações serão iniciadas nos próximos meses, como a construção de pequenos sistemas de irrigação e a oferta de assistência técnica a agricultores que desejem expandir suas produções.
A entrega das três adutoras representa mais do que uma obra de infraestrutura: simboliza o respeito e o cuidado do poder público municipal com os que vivem nos rincões de Saloá. Ao devolver dignidade às famílias do campo com acesso permanente à água, a gestão de Júnior de Rivaldo resgata uma dívida histórica com parte significativa da população rural e demonstra que o desenvolvimento verdadeiro começa quando se olha para os que mais precisam.
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