A prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, na manhã desta sexta-feira (13), no Recife, provocou forte comoção entre aliados e familiares. Investigado por supostamente participar de uma tentativa de obtenção de passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Machado foi alvo de uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção teria ocorrido poucas horas após o ex-ministro ter participado de eventos políticos ao lado de Bolsonaro em Natal, no Rio Grande do Norte.
Um dos primeiros a se manifestar publicamente foi seu filho, Gilson Filho, que utilizou suas redes sociais para expressar tristeza e indignação diante da situação enfrentada pela família. "Estou muito triste com isso. O meu pai é um exemplo pra mim e me ensinou valores importantes como integridade e família. Nunca cometeu um crime em toda sua vida", escreveu, em tom emocional. Na mesma publicação, Gilson Filho reforçou seu apoio incondicional: “Honro esses ensinamentos e estarei junto dele e da minha mãe, apoiando meus pais nesse momento”.
A manifestação do filho ocorre em meio a um ambiente político turbulento, onde investigações envolvendo figuras ligadas ao ex-presidente Bolsonaro voltam a ganhar destaque no noticiário nacional. Gilson Machado, que ocupou o Ministério do Turismo entre 2020 e 2022, construiu sua imagem como um dos defensores mais fervorosos do ex-chefe do Executivo. Sua proximidade com Bolsonaro e a participação frequente em eventos do PL vinham sendo vistas como uma antecipação de novo protagonismo político nas eleições de 2026.
De acordo com informações preliminares, a operação teria como foco uma rede que supostamente tentou utilizar documentos falsos ou estratégias fraudulentas para facilitar a saída de Mauro Cid do Brasil. Cid é um dos principais investigados por irregularidades no entorno da presidência passada, incluindo o caso das joias sauditas e supostas fraudes em cartões de vacinação. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o grau de envolvimento de Gilson Machado nessa tentativa.
A prisão foi executada com rapidez e gerou reação imediata entre parlamentares da base bolsonarista, que consideram a medida excessiva. Internamente, aliados do ex-ministro afirmam que a detenção foi “orquestrada para gerar desgaste político” num momento em que Bolsonaro planeja intensificar sua agenda pelo Nordeste. O próprio Gilson havia acompanhado o ex-presidente em uma maratona de eventos em Natal, retornando ao Recife por via terrestre antes de ser surpreendido pela ação policial.
Desde que deixou o ministério, Gilson vinha trabalhando para consolidar sua imagem como figura pública, além de manter intensa presença em redes sociais e eventos da direita conservadora. O impacto da prisão sobre seus planos políticos ainda é incerto, mas sua família já se articula para defender publicamente sua inocência. Gilson Filho, em especial, se tornou um porta-voz emocional da defesa de seu pai, buscando mobilizar apoio entre os seguidores da base bolsonarista.
No Recife, a notícia repercutiu com intensidade entre grupos políticos e religiosos com os quais Gilson mantém laços históricos. A comoção também foi sentida em municípios do interior de Pernambuco, onde ele vinha sendo cotado como possível nome para disputar cargos majoritários. Entre bastidores e redes sociais, a expectativa é de que os advogados do ex-ministro entrem com pedidos para revogação da prisão ainda nas próximas horas, baseando-se na ausência de flagrante e no histórico do investigado.
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