terça-feira, 17 de junho de 2025

GOVERNO SOFRE DURA DERROTA NO CONGRESSO

Com apoio da base, Câmara aprova urgência para analisar MP do IOF
O governo até que tentou, mas no final sofreu uma dura derrota no Congresso na noite desta segunda-feira. Mesmo com a promessa de liberação rápida de emendas parlamentares, a Câmara aprovou o pedido de urgência para analisar a medida provisória com propostas para ampliação da arrecadação, como o aumento do IOF. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a ir ao Congresso para informar pessoalmente aos líderes partidários que o governo estava disposto a liberar R$ 2 bilhões em emendas até o fim deste mês. Não adiantou. O pedido de urgência foi aprovado com facilidade (346 votos a favor e 97 contra) com apoio de partidos da base aliada como PDT, PP, Republicanos, PSD e União Brasil, cujas bancadas votaram inteiramente pelo projeto. No MDB, apenas um deputado, Hildo Rocha (MA), votou contra. 

Durante a investida da tarde, o governo chegou a acreditar que havia conseguido convencer os parlamentares a adiar a votação. Extraoficialmente, os deputados prometeram ampliar o prazo para “analisar” o projeto. Segundo acordo que chegou a circular entre os governistas, o tema não seria debatido por duas semanas, bem no meio das festas juninas, que paralisam a Câmara e o Senado. Depois das quadrilhas, dos quentões e das cocadas, o assunto voltaria à pauta. 

Mais cedo, Gleisi saiu em defesa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), alvo de críticas constantes de integrantes do governo por suas idas e vindas nas negociações sobre o aumento do IOF. Segundo ela, Motta e Lula têm tido uma relação respeitosa, marcada pela responsabilidade e pela firmeza. 

O Planalto parecia tão confiante, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu tirar seu time de campo. Literalmente. Haddad saiu de férias nesta segunda-feira e, em seu lugar, ficou o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan. Lula, por sua vez, viajou para o Canadá onde vai participar da reunião de Cúpula do G7 como convidado. Haddad volta a Brasília na próxima segunda. 

Mas, ao final, o governo parece ter se dado por vencido. O próprio líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), liberou a bancada para votar como achasse melhor. Os parlamentares prometeram que apenas a urgência seria votada essa semana. A ver. 

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