quinta-feira, 5 de junho de 2025

PAULO CÂMARA VIVE SUA MELHOR FASE

O ex-governador de Pernambuco e atual presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, tem um motivo relevante para comemorar. O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) emitiu parecer favorável à aprovação de suas contas relativas ao exercício de 2022, encerrando um ciclo administrativo iniciado em 2015 sem qualquer mácula apontada pelos órgãos de controle. A decisão representa um feito político e administrativo expressivo: todas as contas dos oito anos de seu governo foram aprovadas, consolidando uma trajetória marcada por crises econômicas, tensões institucionais e desafios sanitários inéditos.

Paulo Câmara assumiu o governo estadual em 2015 em um contexto nacional conturbado. Seu partido à época, o PSB, havia desempenhado papel de destaque no processo que culminou com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A relação entre o governador e o Palácio do Planalto se manteve instável durante todo o seu primeiro mandato. Dilma, que nunca superou o confronto com Eduardo Campos em 2014, evitava qualquer aproximação com o então governador. Na sequência, com Michel Temer no poder, a base de apoio federal em Pernambuco priorizou nomes da oposição, como Mendonça Filho e Bruno Araújo, isolando ainda mais Paulo da articulação nacional.

Mesmo diante desse ambiente político hostil, Câmara seguiu com sua gestão focada em manter o equilíbrio fiscal e garantir investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. A chegada de Jair Bolsonaro à presidência da República em 2019 intensificou o distanciamento político. Como opositor declarado do governo federal, Paulo passou a enfrentar um bloqueio institucional ainda mais duro, com a escassez de repasses e a ausência de diálogo direto com o Planalto. Ainda assim, o governo estadual manteve o funcionamento regular da máquina pública e buscou, dentro das limitações, dar respostas às demandas da população.

Entre 2020 e 2022, o gestor teve de enfrentar o momento mais crítico de sua administração: a pandemia da Covid-19. Com um sistema de saúde sob forte pressão, quarentenas rígidas e a necessidade de tomada de decisões impopulares, Paulo foi um dos governadores que lideraram medidas de contenção da crise sanitária no Nordeste, mesmo com as críticas da ala bolsonarista. A condução firme e baseada em critérios técnicos foi reconhecida por instituições de saúde e organismos internacionais, ainda que o desgaste político fosse inevitável.

Com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, Paulo Câmara, já fora do cargo de governador, foi escolhido para presidir o Banco do Nordeste, em uma sinalização clara de confiança e reconhecimento por parte do novo governo federal. Sua nomeação foi recebida com entusiasmo dentro do próprio banco e entre setores produtivos da região. A função atual, embora técnica, tem forte relevância política, especialmente por envolver decisões estratégicas de financiamento ao desenvolvimento regional.

O parecer do TCE-PE vem, portanto, coroar uma trajetória administrativa que, mesmo em meio a tantos obstáculos, foi marcada por responsabilidade fiscal, compromisso social e transparência na condução dos recursos públicos. A avaliação positiva das contas de 2022 fecha um ciclo de oito anos com chave de ouro. Em nota, Paulo destacou que considera a aprovação “uma demonstração de que conseguimos superar as maiores crises econômicas e sanitárias já vividas no Brasil com avanços sociais, na execução de políticas públicas e com muita responsabilidade”.

Apesar dos rumores que periodicamente circulam sobre um possível retorno às disputas eleitorais — especialmente para uma vaga na Câmara dos Deputados —, Paulo tem se mantido afastado das articulações partidárias. Em entrevistas recentes e conversas de bastidores, o presidente do BNB tem reiterado que seu foco está inteiramente voltado à missão institucional que exerce atualmente, e que não pretende disputar cargos eletivos no futuro próximo. Pessoas próximas relatam que ele vive hoje o melhor momento de sua vida pública: longe das disputas eleitorais, com prestígio em alta, resultados administrativos reconhecidos e estabilidade profissional.

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