sexta-feira, 13 de junho de 2025

PF CONCLUI QUE NÃO HOUVE COMPRA DE VOTOS NAS ELEIÇÕES 2024 EM CARPINA

A investigação que mobilizou a Polícia Federal e o Ministério Público Eleitoral durante meses chegou ao fim sem comprovar qualquer prática criminosa nas eleições municipais de 2024 em Carpina, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O inquérito, registrado sob o número 0601057-24.2024.6.17.0020, foi instaurado com o objetivo de apurar denúncias de captação ilícita de sufrágio — conhecida popularmente como compra de votos — envolvendo pessoas ligadas à então candidata e atual prefeita eleita Eduarda Gouveia.

O caso teve início após o Ministério Público receber, por meio de aplicativo de mensagens, uma série de vídeos, áudios e imagens que levantavam suspeitas sobre a lisura do pleito na cidade. O material, segundo o MP Eleitoral, apontava para supostos episódios de distribuição de benefícios e vantagens indevidas a eleitores nos dias 5 e 6 de outubro de 2024, justamente nas vésperas e no dia do primeiro turno das eleições municipais. Diante das informações recebidas, o órgão ministerial solicitou a instauração de inquérito à Polícia Federal, que imediatamente passou a conduzir as diligências investigativas.

Ao longo da apuração, os investigadores da PF analisaram cuidadosamente todo o conteúdo compartilhado com o Ministério Público, além de realizar ações em campo, como oitivas, coleta de depoimentos e cruzamento de dados. O relatório final, no entanto, afastou qualquer vínculo entre as imagens e a ocorrência de crimes eleitorais. Para a Polícia Federal, os registros audiovisuais não apresentaram elementos concretos que sustentassem a narrativa de compra de votos, tampouco foram identificadas provas materiais ou testemunhais que pudessem embasar eventual denúncia judicial.

As diligências também não revelaram qualquer movimentação financeira ou logística suspeita por parte de aliados ou da própria campanha de Eduarda Gouveia, cuja vitória foi confirmada nas urnas com ampla vantagem. O relatório final, datado de 12 de junho de 2025, foi encaminhado ao Ministério Público Eleitoral e à Justiça Eleitoral da 20ª Zona, para ciência e eventuais medidas a critério dos órgãos competentes. O encerramento do inquérito reforça a ausência de indícios mínimos que sustentem uma ação judicial, consolidando, ao menos sob o ponto de vista criminal e eleitoral, a legalidade da eleição realizada no município.

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