segunda-feira, 30 de junho de 2025

UNIÃO BRASIL DEVE FICAR APENAS COM FERNANDO FILHO DE FEDERAL EM PERNAMBUCO

O União Brasil pode estar prestes a sofrer um novo e significativo esvaziamento em sua bancada federal em Pernambuco. Após os sinais públicos do deputado Luciano Bivar, que articula sua saída da sigla com destino provável ao recém-criado PRD durante a janela partidária prevista para abril de 2026, o ex-ministro Mendonça Filho também é apontado como potencial dissidente. As movimentações nos bastidores indicam que Mendonça avalia alternativas partidárias que o reposicionem politicamente de forma mais alinhada ao novo cenário estadual e federal, especialmente de olho nas eleições municipais e gerais que se aproximam.

O ex-ministro da Educação, que tem seu nome constantemente ventilado para cargos majoritários e possui forte inserção em Recife e no interior, estaria estudando uma mudança para uma legenda que integre formalmente a base da governadora Raquel Lyra. Entre os partidos cotados, destaca-se o PSD, comandado no estado por André de Paula, que hoje atua como ministro da Pesca no governo Lula, mas mantém diálogo com setores diversos do espectro político local. A escolha de Mendonça por um partido da base de Raquel não seria uma surpresa. A governadora e o ex-ministro compartilham laços históricos com o PSDB e já mantiveram proximidade em outros momentos da política pernambucana.

Com a possível debandada de Bivar e Mendonça, o União Brasil ficaria com apenas um representante na Câmara dos Deputados por Pernambuco: Fernando Filho, herdeiro político de Fernando Bezerra Coelho e irmão do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. A permanência de Fernando Filho, no entanto, não é garantia de estabilidade para o partido no estado, pois ele tem concentrado esforços políticos em agendas locais e mantém trânsito livre com outras siglas do campo conservador.

As decisões de Bivar e Mendonça devem pesar ainda mais sobre a já fragilizada estrutura do União Brasil em Pernambuco, que nunca conseguiu se consolidar como uma força orgânica no estado após sua criação a partir da fusão entre DEM e PSL. Apesar da força nacional da sigla, com caciques em vários estados, em Pernambuco o partido tem perdido tração diante da reorganização das alianças e da busca dos parlamentares por espaços mais estratégicos.

O avanço de Raquel Lyra como liderança estadual tem incentivado movimentos de reacomodação partidária, especialmente entre nomes do centro e centro-direita que buscam protagonismo nas disputas municipais. Mendonça, experiente e atento, estaria de olho em espaços que lhe permitam influenciar chapas competitivas em cidades-polo, como Caruaru, Jaboatão e até no Recife, além de se reposicionar com vistas às eleições de 2026.

A movimentação de Mendonça, caso se concretize, sinaliza que o União Brasil pode enfrentar dificuldades ainda maiores na montagem de chapas proporcionais competitivas no próximo pleito. A legenda corre o risco de perder não apenas figuras com densidade eleitoral, mas também quadros com projeção nacional e capacidade de articulação política. No tabuleiro local, a possível ida de Mendonça para o PSD representaria um ganho expressivo para Raquel Lyra, que vem buscando robustecer sua base política e aumentar sua margem de governabilidade.

Por ora, Mendonça mantém silêncio público sobre uma eventual mudança, mas aliados próximos indicam que ele não pretende continuar num partido enfraquecido e isolado em Pernambuco. A decisão final deve levar em conta não apenas afinidades ideológicas, mas também os arranjos pragmáticos que definirão o futuro da política no estado.

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