terça-feira, 29 de julho de 2025

ÁGUAS BELAS TERÁ NOVA ESCOLA INDÍGENA COM ESTRUTURA MODERNA E VALORIZAÇÃO DA CULTURA FULNI-Ô

Uma nova escola indígena será construída no município de Águas Belas, no Agreste de Pernambuco, para atender os estudantes da etnia Fulni-ô, um dos poucos povos indígenas do Nordeste que ainda preservam sua língua materna, o yaathê. O projeto, que teve o aviso de licitação publicado no Diário Oficial do Estado no início da semana, representa um marco na valorização da educação escolar indígena em Pernambuco. O investimento previsto é de até R$ 16,3 milhões, com recursos voltados à construção de uma unidade educacional moderna, inclusiva e culturalmente referenciada.

A futura escola estadual terá capacidade para acolher cerca de 400 estudantes, com turmas do ensino fundamental, nos anos iniciais e finais, e também do ensino médio. O prédio contará com uma área construída de 3.483,89 metros quadrados, distribuídos em um terreno de aproximadamente 10.732,75 metros quadrados, dentro do território da comunidade indígena. A estrutura projetada contempla nove salas de aula climatizadas, laboratório de informática, laboratório de ciências, biblioteca, refeitório, auditório e banheiros acessíveis para pessoas com deficiência, além de uma quadra coberta para atividades esportivas e culturais.

Um dos destaques da obra será a construção de um espaço específico para práticas religiosas e manifestações culturais tradicionais do povo Fulni-ô, como rituais e cerimônias de valorização da ancestralidade. Essa adequação reflete o compromisso do governo estadual com o respeito às particularidades de cada povo indígena, conforme previsto na legislação que regulamenta a educação escolar indígena no Brasil. O projeto arquitetônico, segundo a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, foi desenvolvido em diálogo com representantes da própria comunidade, garantindo que a nova escola atenda tanto às demandas pedagógicas quanto às necessidades culturais dos Fulni-ô.

De acordo com o secretário de Educação de Pernambuco, Gilson Monteiro, a escola será um modelo de ensino voltado à diversidade, com infraestrutura adaptada aos processos próprios de ensino-aprendizagem da população indígena. Ele destacou ainda que o padrão da construção foi aprovado em conjunto com os representantes da aldeia, o que assegura um ambiente mais acolhedor e respeitoso para os estudantes, professores e demais profissionais da educação. A iniciativa também reforça o compromisso do governo com a melhoria da qualidade de vida e o acesso igualitário à educação em todas as regiões do estado, especialmente nas comunidades mais tradicionais.

A expectativa é de que, com a nova estrutura, os estudantes da etnia Fulni-ô tenham acesso a um ensino mais qualificado, que valorize os saberes ancestrais, promova a permanência dos jovens na escola e fortaleça a identidade cultural do povo.

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