terça-feira, 1 de julho de 2025

ANTÔNIO MORAES PREGA DIÁLOGO NO MEIO DAS TURBULÊNCIAS NA ALEPE

As tensões que pairam sobre a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) voltaram a se evidenciar com declarações contundentes de dois nomes de peso no parlamento estadual: o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), e o decano deputado Antônio Moraes (PP). Enquanto Porto elevou o tom contra o Governo do Estado, reiterando críticas à gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), Moraes optou por uma fala que pregou moderação, equilíbrio e um olhar mais institucional diante do cenário político e administrativo de Pernambuco.

Durante evento festivo em Altinho, no Agreste, no último sábado (28), por ocasião dos 126 anos de emancipação do município, Álvaro Porto não economizou nas palavras ao se referir à condução do governo estadual. Diante de correligionários, da senadora Tereza Leitão (PT) e de outras lideranças políticas, Porto afirmou que Pernambuco atravessa um momento de paralisia. Para ele, a realidade do estado contrasta fortemente com o que é exibido nas peças publicitárias oficiais. “Não adianta fazer propaganda, tentando mais uma vez enganar os pernambucanos”, disparou, antes de acusar o governo de manter um palanque permanente em vez de encarar os desafios da segurança pública e da saúde com a seriedade necessária. Segundo o parlamentar, é preciso “desarmar o palanque” e governar com os pés no chão.

Ao lado das críticas, Porto reforçou que sua atuação parlamentar não tem se limitado à fiscalização e cobrou uma postura mais responsável do Executivo. “A eleição é só no próximo ano”, lembrou o presidente da Alepe, numa fala que buscou diferenciar a atuação política do trabalho institucional. Segundo ele, ao visitar cidades do interior e conversar com a população, fica clara uma percepção generalizada de estagnação nas políticas públicas e na prestação de serviços básicos.

Já o deputado Antônio Moraes, experiente e com sete mandatos consecutivos, usou outro tom ao avaliar os primeiros seis meses do ano na Alepe. Para ele, o semestre foi o mais turbulento que já vivenciou desde que chegou à Casa Joaquim Nabuco. Embora não tenha mencionado diretamente Álvaro Porto ou outros parlamentares, sua fala foi interpretada como um contraponto à escalada de críticas e embates. Moraes apelou por uma postura menos beligerante e mais voltada à construção de soluções para os problemas do estado. “Pior semestre do que este não pode acontecer mais não”, declarou, com um misto de desabafo e advertência.

O deputado defendeu que, diante da complexidade do atual momento, com o país e o estado se preparando para profundas mudanças na estrutura tributária até 2032, é necessário deixar as disputas de lado e focar no planejamento e na execução de políticas públicas estruturantes. Segundo ele, o excesso de tensão política pode minar o andamento de projetos essenciais e prejudicar a imagem do Legislativo perante a população. Moraes ainda observou que o calendário eleitoral está distante e que seria mais sensato manter os debates no campo institucional. “A eleição ainda é daqui a um ano e meio. A gente espera que antes disso se desarmem os palanques”, afirmou.

Mesmo diante de um clima de instabilidade, Moraes destacou que houve avanços importantes em pautas legislativas no final do semestre, com a aprovação de propostas estratégicas para o desenvolvimento do estado. A fala, mais conciliadora, sinalizou uma tentativa de reequilibrar os ânimos e reposicionar a Alepe em meio a um cenário em que os discursos têm se tornado cada vez mais duros e polarizados.

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