Um episódio curioso e tenso marcou a manhã desta terça-feira, 22 de julho de 2025, na Câmara dos Deputados. Durante uma coletiva organizada por parlamentares da oposição para criticar a suspensão das comissões durante o recesso, o deputado Delegado Caveira (PL-PA) exibiu uma bandeira em apoio a Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos. O gesto, feito em meio a discursos de protesto, provocou constrangimento dentro do próprio Partido Liberal (PL), e a faixa foi retirada minutos depois.
O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), pediu que a bandeira fosse recolhida, argumentando que “não era o foco da reunião de hoje”. Segundo ele, o ato buscava denunciar o esvaziamento das comissões por decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que suspendeu os trabalhos até 1º de agosto, frustrando os planos do PL de aprovar moções de louvor ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar do recesso, os parlamentares haviam agendado sessões extraordinárias em duas comissões estratégicas — Segurança Pública e Relações Exteriores. A intenção era deliberar homenagens a Bolsonaro e marcar posição diante das recentes decisões judiciais envolvendo o ex-presidente. No entanto, o veto de Motta à realização dessas reuniões inviabilizou o movimento.
A presença da bandeira com o nome de Trump foi interpretada como uma tentativa de reforçar o alinhamento ideológico do bolsonarismo com a direita internacional, agora fortalecida pelo retorno do republicano ao poder nos Estados Unidos. Trump reassumiu a presidência americana em janeiro deste ano, após vencer Kamala Harris nas eleições de 2024.
O gesto de Caveira, porém, não foi bem recebido por todos os colegas de partido. Alguns consideraram a ação “fora de hora” e temeram que ela desviasse o foco do protesto. Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), criticou duramente a decisão de Hugo Motta e garantiu que as moções pró-Bolsonaro serão reapresentadas logo após a retomada das atividades legislativas.
O episódio viralizou nas redes sociais e reforçou a tensão interna no Congresso, onde a oposição tenta se manter ativa em meio ao recesso e às restrições regimentais. A bandeira de Trump, mesmo retirada, virou símbolo momentâneo de um ato que buscava exaltar Bolsonaro, mas terminou chamando atenção por outro protagonista: o presidente norte-americano.
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