quarta-feira, 16 de julho de 2025

GILSON MACHADO E ANDERSON FERREIRA TRAVAM QUEDA DE BRAÇO PELO SENADO NO PL DE PERNAMBUCO

O cenário político do PL em Pernambuco vive um momento de forte tensão, com uma disputa interna acirrada que opõe duas das principais figuras bolsonaristas do estado: o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, e o presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira. Ambos pleiteiam a única vaga que o partido pretende lançar ao Senado Federal em 2026, mesmo com duas cadeiras disponíveis para Pernambuco na próxima eleição. A estratégia do PL visa evitar o fracionamento da base bolsonarista e garantir competitividade diante de candidaturas da esquerda, como a da atual senadora Teresa Leitão, do PT.

Gilson Machado, que em 2022 foi o nome de Bolsonaro para o Senado, e saiu derrotado, tenta novamente viabilizar sua candidatura. Ele alega lealdade ao ex-presidente e sustenta que sua trajetória política foi construída com base em decisões de Jair Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, o próprio Bolsonaro deu uma entrevista à Rádio CBN Recife afirmando que gostaria de ver Machado novamente disputando o Senado. No entanto, esse apoio hoje encontra barreiras jurídicas. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilson Machado está proibido de manter contato direto com o ex-presidente, devido a medidas cautelares impostas no curso das investigações da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de fuga de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Gilson chegou a ser preso temporariamente, acusado de atuar na obtenção de um passaporte irregular para Cid sair do país.

Sem poder tratar diretamente com Bolsonaro sobre seu futuro político, Machado viu o controle do processo cair nas mãos de Anderson Ferreira, que, além de presidir o partido em Pernambuco, mantém influência crescente sobre a direção nacional do PL. Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e ex-candidato a governador, deseja ocupar o posto de candidato ao Senado, rompendo com o que ele considera uma "obsessão pessoal" de Machado com o cargo. Na última segunda-feira (14), Ferreira elevou o tom, chamando o ex-ministro de “egocêntrico” em declarações à imprensa, escancarando o racha interno.

A disputa expõe uma guerra silenciosa de bastidores que pode comprometer a unidade do PL no estado. Machado, apesar de aliado histórico de Bolsonaro e figura simbólica do bolsonarismo raiz em Pernambuco, não descarta deixar a legenda caso seja preterido por Ferreira. Nos bastidores, já cogita aceitar o convite de outras siglas conservadoras, a depender do posicionamento final do ex-presidente. A indefinição do comando nacional do PL sobre o impasse acirra a tensão e mantém em suspenso uma das decisões mais importantes da legenda no Nordeste.

Nenhum comentário: