quarta-feira, 16 de julho de 2025

TRUMP MANDA INVESTIGAR PIX BRASILEIRO E SISTEMA PODE LEVAR A NOVO TARIFAÇO PELO PRESIDENTE AMERICANO

O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o PIX, que rapidamente se consolidou como uma das maiores inovações financeiras do país, entrou no centro de uma disputa internacional. Em uma medida inesperada, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) anunciou a abertura de uma investigação formal contra o Brasil, apontando o PIX como possível prática desleal no setor de pagamentos eletrônicos. A solicitação partiu diretamente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vê no modelo brasileiro uma ameaça à concorrência global, especialmente no que se refere às empresas americanas de tecnologia financeira.

Na denúncia oficial, o governo dos EUA alega que o Brasil estaria adotando medidas que favorecem um sistema estatal em detrimento de soluções privadas, prejudicando empresas estrangeiras que operam ou tentam ingressar no mercado brasileiro. “O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, afirma o documento divulgado pelo USTR. O texto sugere que o sucesso do PIX, apesar de seu alcance popular, pode estar ligado a incentivos estatais que interferem no livre mercado.

A movimentação norte-americana gerou surpresa no meio financeiro internacional, já que o PIX é frequentemente citado por organismos multilaterais como exemplo de modernização bancária e democratização do acesso aos serviços financeiros. Lançado em novembro de 2020, o sistema permite transferências e pagamentos em tempo real, 24 horas por dia, de forma gratuita para pessoas físicas, e com custos reduzidos para empresas. Desde então, o PIX tem acumulado recordes de uso, superando modelos tradicionais como TED, DOC e até mesmo cartões de débito em diversas situações.

O processo instaurado pelos Estados Unidos pode abrir um precedente inédito nas relações comerciais entre os dois países, uma vez que se trata de uma tecnologia desenvolvida por um banco central, e não por empresas privadas. Para os americanos, esse detalhe não elimina a possibilidade de competição desleal, principalmente considerando o uso massivo de dados financeiros e o alcance de mais de 160 milhões de usuários em território nacional. A preocupação de Washington parece residir no temor de que o modelo do PIX seja exportado para outros países, minando o espaço de plataformas privadas americanas.

O Banco Central do Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre a investigação, mas fontes ligadas à autarquia indicam que há confiança na legalidade e na transparência do sistema. O governo brasileiro, por sua vez, enxerga o PIX como uma conquista nacional que aumentou a inclusão financeira, reduziu custos bancários e estimulou a competitividade, inclusive para fintechs que nasceram a partir da infraestrutura criada. Analistas políticos acreditam que o movimento liderado por Trump também possui uma conotação eleitoral, já que o presidente norte-americano tem apostado em uma retórica protecionista para consolidar apoio interno em meio à campanha presidencial. A situação deve se intensificar nos próximos meses e colocar o PIX, símbolo da modernização econômica brasileira, sob os holofotes de uma disputa global sobre soberania digital, inovação pública e equilíbrio comercial.

Nenhum comentário: