Durante entrevista concedida no último dia 9 de julho ao programa Pernambuco em Pauta, transmitido pela TV Independência, o ex-prefeito de Carpina, Joaquim Lapa (PSB), reacendeu especulações sobre os rumos políticos da cidade ao sinalizar uma possível aliança com um antigo adversário político: o também ex-prefeito Botafogo. A declaração veio após o apresentador questionar a viabilidade de uma chapa formada por Botafogo como candidato a deputado estadual e Joaquim Lapa postulando uma vaga na Câmara Federal. Sem negar a possibilidade, Joaquim respondeu de forma enigmática: “Na política tudo é possível”.
O encontro entre os dois nomes que marcaram décadas da política carpinense reacende discussões sobre a capacidade de reconfiguração de alianças políticas no cenário regional. Joaquim Lapa, que governou Carpina por três mandatos, se mantém uma figura influente no PSB e vem sendo sondado por lideranças do partido para disputar novamente uma vaga em Brasília. Já Botafogo, conhecido por seu estilo popular e combativo, esteve mais próximo da base bolsonarista nos últimos anos, mas mantém uma base eleitoral consolidada em Carpina e em cidades vizinhas da Mata Norte.
A simples menção à hipótese de uma união entre Joaquim e Botafogo movimentou bastidores políticos da região. O histórico de embates entre ambos, que protagonizaram duros confrontos eleitorais e narrativas opostas durante anos, torna a possibilidade ainda mais emblemática. Apesar das diferenças ideológicas e pessoais, a conjuntura atual parece estar forçando antigos rivais a dialogar em nome da sobrevivência e da eficácia eleitoral diante da fragmentação partidária e do novo desenho político imposto pelas regras da federação.
A fala de Joaquim, embora breve, foi interpretada como um gesto estratégico. Com sua longa trajetória na política pernambucana e experiência em articulações, ele sabe o peso de cada palavra dita publicamente. A frase “na política tudo é possível” pode tanto representar uma abertura real para composição quanto uma provocação calculada para testar reações e medir forças dentro e fora do PSB. Internamente, a legenda vive um momento de reestruturação após a recente reorganização de lideranças no Estado e o acirramento da disputa com o PT por espaços nas chapas proporcionais.
A possível candidatura de Botafogo à Assembleia Legislativa contaria com um recall eleitoral expressivo e poderia favorecer uma dobradinha que agregaria votações em diferentes faixas do eleitorado. Enquanto Joaquim busca consolidar apoios em redutos tradicionais da Mata Norte e Zona da Mata Sul, Botafogo ainda mantém influência entre camadas populares da região, sendo frequentemente lembrado como um gestor de obras e ações sociais marcantes.
Caso se concretize, a aliança entre os dois representaria não apenas uma jogada eleitoral ousada, mas um sinal de que antigas rivalidades estão sendo deixadas de lado diante do desafio comum de enfrentar novos grupos políticos emergentes. O cenário político de Carpina, conhecido por ser efervescente e imprevisível, pode estar prestes a assistir a um dos capítulos mais surpreendentes de sua história recente.
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