terça-feira, 22 de julho de 2025

LIRA DIZ QUE OU DISPUTA O SENADO, OU NÃO DISPUTARÁ NADA

Após anos de protagonismo e influência nos bastidores do Congresso Nacional, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já havia confidenciado a interlocutores mais próximos que não pretendia disputar mais um mandato como deputado federal. O cansaço da rotina legislativa, somado à percepção de que sua missão naquele espaço estava cumprida, pesaram na decisão de buscar um novo desafio político. Segundo aliados, Lira tem repetido que só aceitaria entrar em uma disputa em 2026 se fosse por uma vaga no Senado Federal — uma mudança que reflete tanto seu desgaste com a Câmara quanto a busca por um novo patamar de influência, mais compatível com seus objetivos políticos e pessoais.

A decisão também carrega um forte componente simbólico e familiar. Arthur Lira pretende trilhar o mesmo caminho do pai, Benedito de Lira, que também foi deputado e encerrou a carreira como senador da República, cumprindo o tradicional ciclo de ascensão política dentro das instituições legislativas. Assim como o patriarca, Lira quer um mandato de oito anos, mais estável e com mais margem de articulação estratégica, especialmente num momento em que seu nome já circula como peça importante na construção de alianças para 2026. Nos bastidores, há quem diga que o ex-presidente da Câmara não deseja mais o papel de executor direto, mas sim o de articulador e conselheiro político, papel mais ajustado ao perfil de um senador experiente.

O afastamento da Câmara dos Deputados também abre espaço para a continuidade do clã político dos Lira em Alagoas. A sucessão na base familiar já está sendo cuidadosamente preparada, e a cadeira deixada por Arthur deve ser ocupada por um de seus filhos, consolidando um novo capítulo na trajetória do grupo. A movimentação é vista como uma estratégia calculada, mantendo o poder político da família vivo em duas frentes: uma no Senado, com Arthur, e outra na Câmara, com o herdeiro. O anúncio da pré-candidatura ao Senado, portanto, não causou surpresa. Já era tratado como algo certo entre aliados e lideranças locais.

Embora ainda falte mais de um ano para o pleito, Arthur Lira já começou a alinhar apoios regionais e nacionais com vistas à disputa. Sua força entre prefeitos, deputados estaduais e lideranças do interior de Alagoas segue robusta, e ele conta com a máquina partidária do PP para sustentar sua nova empreitada. Lira sabe que a disputa pelo Senado será mais acirrada, mas aposta na lealdade dos grupos que ajudou a formar e liderar nos últimos anos. Internamente, há quem diga que ele enxerga essa eleição não como uma despedida do poder, mas como uma transição para uma posição mais estratégica, com menos exposição, mas com igual — ou até maior — capacidade de influência nos rumos do país.

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