quarta-feira, 9 de julho de 2025

ODACY E DULCICLEIDE ROMPEM COM O PT E PODEM INGRESSAR NO PSD DE RAQUEL LYRA

O cenário político em Petrolina ganhou novos contornos com a confirmação do afastamento dos ex-deputados estaduais Odacy Amorim e Dulcicleide Amorim do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual dedicaram décadas de militância e trajetórias eleitorais marcadas pela fidelidade ideológica. A decisão, segundo o casal, foi amadurecida nos últimos meses e reflete não apenas um desgaste com a condução interna do partido, mas também um desalento com a falta de espaço e reconhecimento dentro da estrutura do Governo Federal, mesmo após contribuições eleitorais significativas, como a eleição de Dulcicleide para deputada federal em 2022, cujos votos ajudaram a garantir uma cadeira a mais para a Federação PT/PV/PCdoB, hoje ocupada por Renildo Calheiros.

Ambos têm evitado críticas abertas ao PT, mas admitem que o desconforto extrapola a questão religiosa, frequentemente levantada nas redes sociais como um suposto motivo do distanciamento. Dulcicleide é clara ao afirmar que a ausência de apoio à candidatura de Odacy à Prefeitura de Petrolina em 2024, exceto por parte do senador Humberto Costa, foi decisiva para o rompimento. Apesar de não planejarem romper de forma abrupta, o vazamento da informação precipitou o anúncio público. Dulcicleide já oficializou sua desfiliação, enquanto Odacy pretende fazê-lo após conversa definitiva com Humberto. Ainda assim, ele não vê mais espaço para permanecer no partido.

A movimentação dos Amorim se dá em um momento em que o PSD, partido da governadora Raquel Lyra, tem buscado fortalecer sua presença no Sertão. O casal confirmou que avalia a possibilidade de se filiar à legenda da gestora estadual, com quem mantém uma relação institucional cordial e respeitosa, mas destacam que ainda aguardam um encontro com Raquel antes de tomar qualquer decisão definitiva. O gesto é interpretado nos bastidores como um alinhamento estratégico, que pode redesenhar alianças locais e regionais para 2026.

Para o próximo pleito, os ex-parlamentares já definiram que apenas um deles deverá disputar a eleição proporcional. A escolha será feita em conjunto e deve levar em conta o perfil do partido ao qual venham a se filiar. Enquanto isso, mantêm diálogo com diversas siglas, ampliando as possibilidades de inserção em um novo projeto político que lhes ofereça protagonismo. Nos bastidores, a avaliação é de que ambos continuam com capilaridade eleitoral e que, fora do PT, podem conquistar maior visibilidade e autonomia.

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