O FIM DA REELEIÇÃO PARA INGLÊS VER
UM DEBATE ARTIFICIAL
Ninguém no Congresso Nacional acredita de verdade que a reeleição vai acabar. O tema voltou ao debate dentro do novo Código Eleitoral, mas não passa de cortina de fumaça. Deputados e senadores sabem que esse assunto chama a atenção da opinião pública, gera manchetes e provoca discussões, mas na prática não existe qualquer movimento concreto para extinguir a possibilidade de reeleição no Brasil. É uma pauta meramente simbólica, criada para distrair. Vamos girar aqui NA LUPA.
O JOGO DE CENAS
O discurso contra a reeleição aparece como forma de mostrar ao eleitor que os parlamentares estão preocupados em “renovar a política”. No entanto, nos bastidores, reina um consenso: ninguém quer abrir mão de uma ferramenta que se mostrou útil para governadores, prefeitos e até para o presidente da República. O que se vê é um jogo de cena, em que se promete uma mudança que nunca se concretiza, apenas para dar a impressão de que o sistema político caminha em direção a reformas profundas.
MUDANÇAS FEITAS PARA OS MESMOS
A história da legislação eleitoral brasileira mostra que, há décadas, as alterações são feitas sob medida para beneficiar quem já ocupa o poder. Quem está com a caneta na mão escreve as regras do jogo a seu favor. As chamadas reformas não visam corrigir distorções ou atender às demandas da sociedade, mas sim assegurar a permanência dos atuais detentores de mandatos. Por isso, não há interesse algum em mexer em dispositivos que possam ameaçar a sobrevivência política dos que já estão no topo.
A LÓGICA DA MANUTENÇÃO
É preciso lembrar: todos os parlamentares que hoje discutem o tema se elegeram com as regras vigentes. Se as normas funcionaram para levá-los ao poder, por que mudá-las? O sistema, do jeito que está, atende plenamente às expectativas da classe política. A manutenção da reeleição garante segurança jurídica e continuidade de projetos individuais. Mudar seria arriscar o futuro de quem já conquistou espaço, e por isso o debate nunca passa da superfície.
O PACOTE DE ENGANAÇÕES
Outro expediente comum em Brasília é o de misturar pautas irrelevantes com temas de grande impacto. O fim da reeleição entra nesse pacote como isca. Enquanto a opinião pública discute o assunto, mudanças discretas, mas de enorme importância prática, são aprovadas sem grande repercussão. A estratégia é simples: desviar os olhares para o espetáculo enquanto as regras que realmente interessam aos partidos e caciques são aprovadas nos bastidores.
A POPULAÇÃO ILUDIDA
A sociedade, por sua vez, continua a alimentar expectativas. Muitos acreditam que finalmente o Congresso terá coragem de mexer na reeleição e mudar a lógica da política brasileira. Mas, na prática, nada contribui para que isso aconteça. O eleitor se frustra porque as promessas não saem do papel, e a reeleição segue intocada, como um pilar do sistema. A esperança popular se choca com a realidade dura do funcionamento das instituições.
O BRASIL DOS ESPERTOS
Esse ciclo de promessas vazias e reformas cosméticas reforça a imagem do Brasil como o “paraíso dos espertos”. Os políticos dominam a arte de anunciar mudanças que nunca acontecem, enquanto preservam os mecanismos que lhes garantem vantagem. Para o eleitor, resta a sensação de impotência diante de um sistema que parece imutável. Para os parlamentares, resta o conforto de manter intactas as regras que os beneficiam.
O TEATRO VAI CONTINUAR
No fim das contas, a discussão sobre o fim da reeleição é apenas mais um capítulo do grande teatro político brasileiro. A peça é encenada para distrair a plateia, mas os bastidores seguem intocados. A reeleição não vai acabar, e todos em Brasília sabem disso. O que veremos será apenas mais uma simulação de debate, com discursos inflamados e manchetes chamativas, mas sem resultado concreto. O jogo continuará sendo jogado da mesma maneira, e o eleitor, mais uma vez, assistirá a tudo sem que nada mude. É isso aí.
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