Durante a visita técnica mais recente, os fiscais constataram que as mudanças recomendadas anteriormente não foram implementadas. O ambiente interno da unidade continua marcado por infiltrações nas paredes, presença de mofo, e pela interdição da sala de medicação, cenário que tem obrigado os profissionais de saúde a atender pacientes em cadeiras dispostas nos corredores, sem qualquer privacidade ou conforto. As condições inadequadas de trabalho afetam diretamente a segurança da assistência oferecida à população e colocam em risco também a saúde dos próprios trabalhadores.
De acordo com o Coren-PE, a unidade sofre com um déficit crítico de pessoal, especialmente na área de enfermagem. Faltam, atualmente, 24 profissionais entre enfermeiros e técnicos, número que compromete o funcionamento mínimo necessário para manter o atendimento dentro de padrões aceitáveis. Mesmo diante das notificações e orientações anteriores do Conselho, não houve qualquer reposição ou contratação até o momento, nem providências no sentido de melhorias efetivas da infraestrutura.
A chefe do Departamento de Fiscalização do Coren-PE, Dra. Ivana Andrade, alertou que parte do telhado da unidade permanece coberto por lonas plásticas, sem qualquer reforço estrutural ou solução definitiva para os problemas de infiltração. Segundo ela, os improvisos e “gambiarras” encontradas tornam o local ainda mais vulnerável. Ivana afirma que a situação ultrapassa os limites da precariedade e representa um grave risco à integridade física de quem trabalha e é atendido no local. A promessa da direção do SPA de Peixinhos é de que obras emergenciais comecem ainda em agosto, mas nenhuma movimentação concreta foi verificada até agora.
Além dos aspectos estruturais, os fiscais identificaram também a manutenção de práticas perigosas no manejo de medicamentos, com remédios vencidos sendo armazenados de forma inadequada, o que já havia sido apontado nas fiscalizações de junho. O ambiente insalubre e improvisado também se reflete na insatisfação da equipe, que atua sobrecarregada, sem condições técnicas nem humanas para oferecer um serviço de qualidade à população olindense. O Coren-PE declarou que, se o cenário não for revertido até o final do mês, adotará medidas legais cabíveis para responsabilizar a gestão municipal por negligência e omissão.
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