EDUARDO CAMPOS COMPLETARIA 60 ANOS NESTE DIA DOS PAIS E RECEBERÁ HOMENAGEM SOLENE NA ALEPE

Neste domingo (10), data em que o Brasil celebra o Dia dos Pais, a memória do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ganha um significado ainda mais especial. Se estivesse vivo, ele completaria 60 anos de idade, carregando consigo uma trajetória marcada por herança política, carisma e habilidade de articulação. Economista por formação, Eduardo era neto de Miguel Arraes, ex-governador e uma das figuras mais emblemáticas da história política pernambucana. Desde cedo, conviveu com a atmosfera dos bastidores do poder, mas construiu seu próprio caminho, revelando-se um dos líderes mais influentes da sua geração. Sua atuação política teve início como deputado estadual suplente, mas foi no mandato de deputado federal que ele consolidou presença em Brasília, destacando-se por sua capacidade de diálogo e de negociação em temas estratégicos para o país.

Ao assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia no governo Lula, entre 2004 e 2005, Eduardo Campos imprimiu ritmo acelerado a projetos de inovação e ampliação de pesquisas, defendendo a aproximação entre universidades, empresas e governo para alavancar o desenvolvimento nacional. Dois anos depois, foi eleito governador de Pernambuco, iniciando um ciclo de oito anos que transformou áreas como educação, segurança pública e infraestrutura. À frente do estado, conquistou altos índices de aprovação e se tornou exemplo de gestão eficiente, atraindo investimentos e fortalecendo a economia local. Sua capacidade de comunicação e o discurso de renovação política o projetaram para além das fronteiras de Pernambuco.

Em 2014, no auge de sua carreira, Eduardo presidia o PSB e decidiu lançar-se candidato à Presidência da República, apostando num discurso de mudança e na construção de uma alternativa ao cenário polarizado entre PT e PSDB. A campanha, marcada por entusiasmo e forte presença nas ruas, mobilizou apoiadores em todo o país. No entanto, três dias após completar 49 anos, sua trajetória foi abruptamente interrompida. No dia 13 de agosto daquele ano, o avião em que viajava caiu em Santos, no litoral paulista, deixando o Brasil em choque e encerrando de forma trágica uma carreira que ainda prometia novos capítulos.

Passados 11 anos da tragédia, o legado de Eduardo Campos permanece vivo na memória de pernambucanos e brasileiros que acompanharam sua jornada. Nesta segunda-feira (11), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vai realizar uma sessão solene, a partir das 18h, para prestar homenagem ao ex-governador. O ato deve reunir autoridades, familiares, amigos e admiradores, relembrando não apenas o político, mas o homem que cultivava fortes laços com sua terra e acreditava no potencial do estado como protagonista no desenvolvimento nacional. Na data que simboliza a importância dos pais, a lembrança de Eduardo ganha contornos de afeto e saudade, reforçando a marca de quem dizia que “não se faz política com ódio, mas com esperança e coragem”.