segunda-feira, 11 de agosto de 2025

EX-PRESIDENTES: FERNANDO COLLOR LIDERA GASTOS PÚBLICOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2025 COM R$ 931 MIL EM DESPESAS

No primeiro semestre de 2025, Fernando Collor de Mello destacou-se como o ex-presidente da República que mais consumiu recursos públicos, totalizando gastos na ordem de R$ 931.590,85, conforme levantamento divulgado pelo portal G1. Este valor representa um conjunto de despesas que envolvem salários, passagens aéreas nacionais e diárias para deslocamentos em território brasileiro. Do montante total, R$ 412.404,34 foram destinados ao pagamento de salários de sua equipe, que pode chegar a até oito servidores, conforme previsto na legislação que regulamenta os benefícios para ex-mandatários. Além disso, Collor utilizou R$ 259.542,51 em passagens nacionais, o que evidencia um volume considerável de viagens oficiais ou particulares custeadas pelo erário público. O gasto com diárias, destinadas à cobertura de despesas com alimentação, hospedagem e deslocamento durante essas viagens, atingiu R$ 198.433,85.

Esse cenário faz parte de um panorama mais amplo que engloba os gastos públicos com ex-presidentes brasileiros desde 2021, totalizando mais de R$ 31,7 milhões, valor que considera inclusive o período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve no exercício do cargo entre os anos de 2021 e 2022. Embora não exista pagamento de salário vitalício para ex-presidentes, a União mantém uma série de benefícios que garantem a manutenção do padrão de vida e das condições de trabalho desses ex-mandatários, como a disponibilização de veículos oficiais, auxílio-moradia, segurança pessoal e passagens aéreas. A legislação que regula esses benefícios, datada de 1986, não fixa um teto específico para os gastos, mas impõe a observância da Lei de Responsabilidade Fiscal, que visa o controle das despesas públicas.

No ranking de despesas no primeiro semestre de 2025, logo após Fernando Collor, aparece a ex-presidenta Dilma Rousseff, com um total de R$ 862.499,38. Suas despesas também contemplam a manutenção de equipe, passagens e diárias. Michel Temer surge na terceira posição, com gastos somando R$ 554.414,56, seguido por Jair Bolsonaro, com despesas da ordem de R$ 521.073,00. O ex-presidente José Sarney registrou gastos de R$ 410.454,73, enquanto Fernando Henrique Cardoso aparece com um total de R$ 368.853,05. Essas cifras ilustram o custo que a manutenção das prerrogativas aos ex-presidentes representa para os cofres públicos.

Os benefícios garantidos pela legislação incluem a possibilidade de manter até oito servidores à disposição do ex-mandatário, o que assegura suporte administrativo, assessoria e apoio em atividades que possam envolver o exercício de funções públicas ou privadas. Além disso, os veículos oficiais são disponibilizados para facilitar deslocamentos, garantindo segurança e comodidade. O auxílio-moradia atende à necessidade de custeio de residências, principalmente para ex-presidentes que não residem na capital federal, Brasília. A segurança pessoal, provida pela Polícia Federal, oferece proteção constante, refletindo a relevância do cargo anteriormente ocupado e os riscos potenciais.

A soma desses benefícios tem gerado debates públicos acerca da transparência e da eficiência na destinação dos recursos públicos. A ausência de um teto definido para os gastos possibilita variações consideráveis entre os ex-presidentes, conforme suas demandas pessoais e o uso das prerrogativas. A Lei de Responsabilidade Fiscal, embora vigente, não estabelece parâmetros rígidos que possam limitar ou normatizar com maior rigor esses custos, o que abre espaço para interpretações e práticas variadas. Esse contexto evidencia a importância de um acompanhamento rigoroso e de debates sobre possíveis reformas na legislação que regule esses benefícios, para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma justa e equilibrada.

No período analisado, o levantamento feito pelo G1 traz à tona não apenas o volume financeiro envolvido, mas também revela o perfil dos gastos, que privilegiam itens como salários de equipes, viagens e diárias, elementos que compõem a rotina e as necessidades administrativas desses ex-mandatários. A transparência desses dados, que estão disponíveis para consulta pública, permite um olhar crítico da sociedade sobre a manutenção desses benefícios, que apesar de garantidos por lei, são financiados com recursos provenientes do orçamento federal. O debate sobre a adequação desses valores e a forma como são geridos permanece aberto, especialmente diante do cenário fiscal do país e das demandas por austeridade e eficiência no uso do dinheiro público.

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