quinta-feira, 7 de agosto de 2025

EXONERAÇÃO DE DANILO CABRAL É PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL E ENCERRA GESTÃO À FRENTE DA SUDENE


Foi publicada nesta quinta-feira (7), no Diário Oficial da União, a exoneração do ex-deputado federal Danilo Cabral do cargo de superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), encerrando um ciclo de dois anos e dois meses à frente da autarquia. A saída, que já vinha sendo ventilada nos bastidores de Brasília, foi oficializada sem justificativas detalhadas por parte do Governo Federal. Ainda assim, a repercussão da mudança gerou manifestações de apoio a Danilo, especialmente por parte de representantes políticos e de setores produtivos que acompanharam sua atuação no comando da Sudene.

Durante seu período à frente da instituição, Cabral concentrou esforços em reposicionar a Sudene no cenário das políticas públicas nacionais, resgatando sua capacidade de articulação regional e seu protagonismo histórico na indução ao desenvolvimento do Nordeste. Ao longo da gestão, a autarquia voltou a integrar discussões estratégicas com estados e municípios da região, além de ampliar o diálogo com setores produtivos, acadêmicos e sociais. Sua atuação foi considerada técnica e suprapartidária, com foco na retomada do papel institucional da Sudene como elo de políticas estruturantes para o Semiárido, o Sertão e o interior nordestino.

Em entrevista concedida após a divulgação da exoneração, Danilo Cabral ressaltou a rede de solidariedade formada em torno de sua gestão. Ele agradeceu o apoio que recebeu ao longo do período em que esteve à frente da autarquia, afirmando que foi possível construir uma unidade institucional em defesa da Sudene, algo raro nos tempos recentes em Pernambuco. "Agradeço de forma sincera e profunda esse gesto que gerou, eu diria, de certa forma, uma inédita unidade, em tempos recentes, em Pernambuco", declarou o ex-superintendente.

Questionado sobre os motivos da exoneração, Cabral afirmou que não recebeu explicações detalhadas na conversa com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ocorrida na terça-feira (5). Ele mencionou apenas o que já havia sido tornado público pela imprensa nos últimos dias, sugerindo que sua saída pode ter sido motivada por posições assumidas em defesa dos interesses de Pernambuco dentro do contexto regional. "Se a minha saída foi gerada pela defesa de Pernambuco, levo esse custo político em qualquer condição", afirmou.

O ex-superintendente também destacou que sua passagem pela Sudene não teve como objetivo atender a interesses locais ou de grupos específicos, mas sim cumprir um papel institucional em nome do desenvolvimento regional. "Não fui para a Sudene para defender um estado isoladamente ou um grupo empresarial, fui para cumprir um papel em nome do desenvolvimento da região Nordeste. Se isso contrariou alguém, preciso frisar que meu compromisso, minha trajetória de vida foi em defesa de Pernambuco e, na Sudene, do Nordeste", pontuou Danilo.

Durante sua gestão, a Sudene lançou planos estratégicos, ampliou a oferta de crédito via incentivos fiscais, e atuou junto a outros órgãos do Governo Federal e organismos internacionais para consolidar ações voltadas à sustentabilidade hídrica, inovação e infraestrutura econômica. A saída de Cabral ocorre num momento de transição institucional, com especulações sobre indicações políticas para o cargo, em meio à complexa engenharia de alianças do Governo Lula no Congresso.

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