Ao retomar os trabalhos legislativos, Hugo Motta fez um pronunciamento firme e simbólico. Criticou diretamente a conduta dos deputados que, segundo ele, extrapolaram os limites do regimento interno e da própria Constituição. Destacou que, embora a oposição tenha o direito legítimo de se manifestar, o funcionamento da Câmara não pode ser sequestrado por interesses partidários ou pessoais. Para o presidente da Casa, a democracia parlamentar exige equilíbrio entre liberdade de expressão e o respeito às normas que sustentam o debate democrático. Ele salientou que "atos como esse não podem ser maiores que o Plenário nem sobrepujar a vontade da maioria desta Casa".
Durante o discurso, Motta também mandou um recado claro sobre a postura que adotará diante de futuras crises. Disse que o Parlamento não pode ceder à pressão de pautas individuais e que o compromisso de todos os deputados deve ser, em primeiro lugar, com o povo brasileiro e com a construção de soluções para o país. "Não deixaremos que projetos individuais, pessoais ou eleitorais estejam à frente daquilo que é maior que todos nós", declarou. Seu posicionamento foi interpretado por aliados como um gesto de reafirmação de autoridade e por opositores como tentativa de silenciar uma pauta que ganha apoio crescente nas ruas bolsonaristas e redes sociais.
A sessão foi aberta em meio à presença de cartazes, gritos e discursos inflamados, numa demonstração de que o embate político está longe de arrefecer. Ainda assim, Motta afirmou que manterá a disposição para o diálogo, desde que as discussões respeitem os ritos parlamentares. Em suas palavras, “sempre lutarei pelas nossas prerrogativas e pelo livre exercício do mandato”, reforçando que a presidência da Câmara não se curvará à pressão externa nem à desordem interna. Em um Parlamento polarizado e sob forte tensão institucional, o desafio de equilibrar democracia, ordem e liberdade está cada vez mais no centro do plenário.
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