terça-feira, 5 de agosto de 2025

GOVERNO RAQUEL SOB FOGO CRUZADO: OPOSIÇÃO AMARRA PROJETOS E ANTECIPA ELEIÇÃO

A declaração da governadora Raquel Lyra, feita nas redes sociais, não foi apenas uma frase de efeito para os seguidores: foi uma sinalização direta ao cenário político cada vez mais tensionado em Pernambuco. Ao afirmar que as dificuldades não lhe causam medo, mas servem como alerta para trabalhar mais e se afastar dos que, segundo ela, “apontam erros ou criam narrativas pensando nas próximas eleições”, Raquel expõe a leitura que tem feito dos bastidores políticos. A governadora entende que sua gestão está sob fogo cruzado e que os ataques públicos e silenciosos têm mais a ver com 2026 do que com a real fiscalização da administração estadual. A oposição, especialmente na Assembleia Legislativa, tem elevado o tom. Deputados contrários ao Palácio do Campo das Princesas vêm, sistematicamente, travando projetos do Executivo, seja por meio da criação de dificuldades em comissões técnicas, seja pela resistência em votar propostas que destravariam políticas públicas consideradas prioritárias pelo governo.

Há um evidente clima de antecipação eleitoral. Mesmo faltando mais de um ano para o pleito estadual, a disputa política já se instalou com força. Raquel, que tem buscado consolidar uma imagem de gestora técnica e moderna, vê-se às voltas com embates políticos que exigem habilidade, articulação e, sobretudo, paciência. A governadora apostou, desde o início do mandato, no diálogo institucional, inclusive com setores que não integram sua base natural. No entanto, o que se vê é uma oposição decidida a desgastar sua imagem, reduzir seus espaços e dificultar as entregas do governo. A estratégia da oposição é clara: quanto menos Raquel realizar, menor será seu capital político para o próximo ciclo eleitoral.

Além disso, alguns deputados têm usado as estruturas da Assembleia Legislativa para levantar suspeitas, ampliar narrativas de ineficiência e travar votações estratégicas. A crítica se transforma, muitas vezes, em boicote. Projetos importantes para o desenvolvimento regional e para áreas como saúde, infraestrutura e segurança ficam estagnados não por falhas técnicas, mas por entraves políticos deliberados. Nesse cenário, a governadora precisa equilibrar-se entre responder a essas pressões e manter o foco na agenda de gestão. O PSD, partido que abriga Raquel Lyra, também sente o peso dessa antecipação e começa a se organizar para o enfrentamento que se avizinha. A oposição, por sua vez, tenta criar fatos políticos semanais, polarizar o debate público e provocar desgaste constante. Essa dinâmica acende o alerta do núcleo palaciano, que sabe que governar com projetos amarrados por rivalidades legislativas é, na prática, ter sua força executiva limitada. A reação da governadora nas redes, portanto, é uma tentativa de furar esse bloqueio narrativo e recuperar protagonismo num momento em que cada palavra e cada gesto estão sendo medidos com o olhar voltado para a disputa futura.

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